domingo, 28 de fevereiro de 2010

Quem são os verdadeiros selvagens?


Passado mais de meio milênio do descobrimento do Brasil, que na época era habitado por “selvagens (nativos) nus” muitos exterminados durante a conquista, com tristeza vemos que nossos irmãos ainda sofrem por terem escolhido esta terra para morarem e que este penar esta muito longe de terminar.
O presidente Lula já pediu perdão ao continente Africano pela escravidão no Brasil porém aos verdadeiros donos de Pindorama isto nunca aconteceu , ao contrário através de decretos e medidas provisórias os governos cada vez mais limitam os direitos à vida das populações autóctones.
Como se não bastasse as instituições ligadas a defesa dos direitos dos povos autóctones como: CIMI-Conselho Indigenista Missionário,FUNASA, FUNAI, nada ou muito pouco fazem para minimizar o sofrimento dos protetores da natureza ,estes elefantes brancos(órgãos) deveriam ser passados a limpo.
A população cupen* (des)informada pela mídia tendenciosa ,ver os panii** como verdadeiros parasitas, desconhecendo o processo histórico-cultural desses povos. É preciso valorizar a diversidade cultural panii seja na: medicina, engenharia ,agricultura ,artes ,folclore, esportes, educação,politica ,etc...
Convivi mais de 10 anos com meus irmãos Apinajés na Amazônia e deixo aqui alguns exemplos por eles cultivados que servirão para uma reflexão.
Nas aldeias que convivi os panii:
1- Não cometem violências contra: crianças,mulheres ,idosos;
2-Nas aldeias não existem: asilos,creches,manicômios;
3-Os representantes(homens) não possuem mandatos definidos e são eleitos pelas mulheres.
4-Cultivam o respeito as gerações vindouras ;
5-Preservam a terra ,as florestas, os animais,as nascentes e os rios;
6-Valorizam sua cultura;
7-Gostam da convivência com os cupens;
8-São pessoas alegres não confundir com ingênuos;
9-São bilíngues;
10-Têm uma única crença;
11-Dois partidos políticos vitalício,dia e noite(vermelho e preto),cuja adesão é feita ao nascer e jamais poderá mudar .
Diante do exposto será que realmente podemos chamá-los de selvagens?

*cupen- homem branco
**panii- índio
Éden Evangelista M. dos Santos
Educador/ CDH-Londrina - Comissão da Criança e do Adolescente

REUNIÃO DO CDH NO PRIMEIRO SÁBADO DE MARÇO

O Centro de Direitos Humanos de Londrina informa que haverá reunião no dia 06/03/2010 às 14h na Vila Cultural Casa do Teatro do Oprimido, rua Benjamim Constant 1337. A pauta proposta que poderá ser alterada no inicio da reunião é a seguinte: 1) Entrega dos planos de ação 2010 das Comissões e da Diretoria; 2)Regimento Interno do CDH; 3) Informes.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

CONHEÇA E PARTICIPE DO CDH*

O Centro de Direitos Humanos de Londrina, foi fundado em 1998 é uma entidade sem fins lucrativos de defesa dos direitos humanos, abrangendo a nossa região metropolitana, todas as pessoas e organismos engajados na luta contra a violação de direitos podem participar de nossas atividades para que juntos possamos pugnar junto à sociedade e aos órgãos públicos para que cumpram os direitos inerentes às pessoas.
O CDH-LD é composto por um Conselho, uma Diretoria e dezoito Comissões:
1 - Comissão de Justiça – coordenadora Amanda Soares de Brito;
2 - Comissão da Saúde – coordenador Mauricio Barros;
3 - Comissão da Criança e do Adolescente – coordenador Josemar Lucas;
4 - Comissão da Família – coordenadora Maria da Paixão Rios.
5 - Comissão da Assistência Social – coordenador Clovis Pereira;
6 - Comissão Agrária – coordenador Carlos Enrique Santana
7 - Comissão do Meio Ambiente – coordenadora Maria Aparecida Janesch;
8 - Comissão da Educação e Cultura – Vani Espírito Santo;
9 - Comissão de Administração e Serviços Públicos – coordenador Roger Striker Trigueiros;
10 - Comissão sobre a Mundialização;
11 - Comissão de Transito;
12 - Comissão das Comunicações;
13- Comissão de Tributação e Finanças Públicas
14 - Comissão do Consumidor;
15 - Comissão Previdenciária;
16 - Comissão Carcerária;
17 - Comissão Trabalhista;
18 - Comissão de Moradia.
No momento as nove primeiras comissões listadas estão com seus respectivos coordenadores (as), eleitos (as) pelos membros de cada uma delas, com a anuência do Conselho, estão realizando reunião e atividades periodicamente. Os coordenadores, na área de atuação das respectivas Comissões, podem atuar como substituto do Coordenador Geral, devendo, porem, quando for o caso, prestar contas de suas ações na primeira reunião do Conselho, em caso de impossibilidade do Coordenador, a Comissão poderá ser representada por qualquer outro integrante da mesma, nos termo de seu regimento interno.
A Diretoria eleita pelo Conselho em 16/09/2009 para um mandato de dois anos está composta por Carlos Enrique Santana, coordenador geral; Josemar Lucas, secretário e Anne Cristhina Hiltel, tesoureira.
O Conselho do CDH é composto por todas as coordenadoras e coordenadores de Comissões em funcionamento, suas decisões são soberanas, desde que esteja presente a maioria de seus membros que poderão inclusive a qualquer tempo recompor a Diretoria ou criar lhe novos cargos.
Juntamente com a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS e a CONSTITUIÇÃO FEDERAL, devemos zelar pelo reconhecimento e observância da CARTA DE PRINCÍPIOS DO MOVIMENTO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS – MNDH, também conhecida como Carta de Olinda, pois foi aprovada em 26 de janeiro de 1986, no IV Encontro Nacional de Direitos Humanos, realizado em Olinda – PE e adotada na integra pelo CDH -LD

*Texto escrito por Josemar Lucas, baseado no Estatuto de fundação do CDH.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CDH-LD E MNDH PARANÁ CONVERSAM COM LIDERANÇAS INDIGENAS EM LONDRINA

Na manhã de domingo do dia 07/02/10, na Av. Celso Garcia em Londrina, estiveram reunidos cooedenadoras e coordenadores do CDH-LD e MNDH Paraná com as lideranças indigenas paranaenses, para decidir como poderiam contribuir para que as reivindicações da população indigena do Paraná possam ser atendidas, tivemos conhecimento dos documentos e ações já realizadas até agora e onde o dialogo não tem avançado para que possamos agir juntos.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Indíos fazem manifestam para defender seus direitos em Londrina

Índios caingangue, guarani e xetá fizeram manifestação no centro de Londrina, com "dança de guerra" visando manutenção de seus direitos fundamentais.







O governador Roberto Requião abriu a Escola de Governo nesta terça-feira (2) para o protesto das tribos indígenas paranaenses contra o decreto do governo federal, que prevê a extinção dos escritórios regionais da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Estado. Na semana passada, alguns índios chegaram a falar em derrubar torres de energia elétrica e promover outras invasóes e depredações.


“Não tem cabimento o fechamento da Funai no Paraná, como também não tem cabimento o Paraná estar sendo penalizado pela Secretaria do Tesouro para pagar o que não deve ao banco Itaú. Isso demonstra que o governo federal não tem compromisso com as classes populares, com os Estados e com o nosso povo”, afirmou Requião.


O governador ressaltou que, há 90 dias, tenta conseguir uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar de outros assuntos referentes ao Estado e não obtém resposta. “Mais de 20 mil índios vivem no Paraná, enquanto 1.500 residem em Santa Catarina. É um absurdo essa situação e, infelizmente, não consigo uma audiência com o Lula para tratar dessa e de outras questões que prejudicam o Paraná”, disse.


Mobilização
"Índios de todo o Brasil foram prejudicados com essa mudança da Funai. Estamos realizando protestos em Curitiba, Londrina e Brasília. Se não nos ouvirem, vamos tomar atitudes mais drásticas”, afirmou o cacique Valdir Kokoj, da tribo caingangue de Mangueirinha, em Guarapuava.


O cacique ressaltou que os índios não são contra a reformulação da Funai, mas a maneira como ela foi feita não agradou. “Não podiam reformular a Funai sem falar conosco. Queremos a revogação deste decreto, a saída do presidente Marcio Meira e principalmente, participar da discussão das mudanças na Funai”, afirmou.

"Essa reestruturação da Funai, que não leva em conta os principais envolvidos”, disse Nizan Pereira, secretário de Assuntos Estratégicos.
Desde 12 de janeiro, representantes das comunidades indígenas realizam protestos em diversos Estados, contra o decreto 7.056, assinado pelo presidente do Brasil, em 28 de dezembro. No Paraná, o decreto prevê a extinção dos escritórios regionais. Com isso, os mais de 20 mil índios que vivem no Estado passam a ser subordinados a escritórios da Funai de Florianópolis e Chapecó, em Santa Catarina.


Em Londrina
Uma manifestação de um grupo de índios caingangue, guarani e xetá atraiu as atenções no Calçadão de Londrina no final da manhã desta terça-feira (2). Alinhados em frente à entrada da agência central do Banco do Brasil, os índios voltaram a protestar contra a decisão da Fundação Nacional do Índio (Funai) de fechar os escritórios regionais no Paraná.
Pintados e alguns deles vestidos à caráter, os manifestantes fizeram uma "dança de guerra" bem em frente à entrada do Banco do Brasil.
Fonte: EA Notícias e Agencia Londrix
Postado por Roberto sales (gil)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CARTA DE PRINCIPIOS DO MOVIMENTO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS E DO CENTRO DE DIREITOS HUMANOS DE LONDRINA

A caminhada pelos direitos humanos é a própria luta do nosso povo oprimido, através de um processo histórico que se inicia durante a colonização e que continua, hoje, na busca de uma sociedade justa, livre, igualitária, culturalmente diferenciada e sem classes. Neste sentido, o MNDH - Movimento Nacional de Direitos Humanos - afirma que os direitos humanos são, fundamentalmente, os direitos das maiorias exploradas e das minorias espoliadas cultural, social e econonicamente, a partir da visão mesma destas categorias. Para cumprir seus compromissos, o nosso Movimento baseia-se nos seguintes princípios:
1. Estimular a organização do povo, para que se conscientize de sua situação de opressão, descubra formas para conquistar e fazer valer seus direitos e para se defender das violências e arbitrariedades, promovendo, em todos os níveis, uma educação social e política para os direitos humanos. Este esforço deve possibilitar que o homem torne-se, cada vez mais, sujeito da transformação das atuais estruturas.
2. Lutar, com firmeza, para garantir a plena vigência dos direitos humanos, em qualquer circunstância, defendendo a punição dos responsáveis pelas violações desses direitos e a justa reparação para as vítimas.
3. Incentivar e garantir a autonomia dos movimentos populares, ultrapassando os interesses institucionais, partidários e religiosos, considerando a pluralidade de opinião e reafirmando a opção fundamental que é nosso compromisso com os oprimidos.
4. Ter claro o seu papel, suas limitações e potencialidades, sua identidade, repudiando qualquer forma de instrumentalização e se caracterizando como entidade não governamental.
5. Combater todas as formas de discriminação por confissão religiosa, diversidade étnico-cultural, opinião pública, sexo, cor, idade, deficiência física e/ou mental, condição econômica e ideológica. Unidos, lutaremos pela realização desses compromissos, caminhando, assim, para a construção de uma nova sociedade e do homem novo, no Brasil, na América Latina e no mundo.

Redação da Carta: Leonardo Boff, Dermi Azevedo, da Universidade Metodista de Piracicaba e Daniel Rech, da CPT Nacional. Olinda , Janeiro de 1986