sexta-feira, 24 de agosto de 2012


CAPACITAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
 

- O Centro de Direitos Humanos de Londrina está  promovendo  o Curso de Capacitação em Direitos Humanos: Formando o Sujeito de Direitos da Região Sul.
- Iniciado em 17/08/2012, teve  sua abertura realizada pelo Coordenador Geral da Instituição CARLOS ENRIQUE SANTANA que,  dando início à programação, discorreu sobre o histórico dos  Direitos Humanos no Brasil, como também seus conceitos, tendo como base o texto (DIREITOS HUMANOS-Tudo a ver com a nossa Vida!) de Paulo Cezar Carbonari.   
- No sábado (18/08/2012), o Defensor Público da União – CLAYTON DE SIQUEIRA GOMES  abordou o tema: A defensoria Pública como Instrumento de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos,

     Iniciou sua fala num processo dinâmico e interativo com os  participantes,  culminando com esclarecimentos sobre o papel da Defensoria Pública que é acolher o cidadão e a cidadã,  quando tem seus direitos violados.   
           Qualificou o direito de acesso à justiça como um direito prestacional  exercido pelo Poder Judiciário, o qual deve ser disponibilizado a todas as pessoas hipossuficientes ou seja, que não possuem condições de assumir os custos de um advogado, sem prejuízo de sua subsistência. Os parâmetros para aferir a hipossuficiência são arbitrados por cada Estado, através da renda familiar ou declaração de imposto de renda. 
            Na sequência, abordou a Declaração  Universal dos Direitos Humanos (1948), a qual é resultado de  acordo realizado entre países para a promoção da paz no mundo, redigida em conseqüência dos impactos gerados pelas atrocidades ocorridas na segunda guerra mundial. Este documento é o primeiro que expõe a todos os povos que o ser humano é portador de um direito natural - a dignidade,  simplesmente por ter nascido humano, não importando a sua condição.
         Em relação aos direitos da pessoa humana,  citou as dimensões do lema da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), conquistada através da Revolução Francesa, a saber:

·        Liberdade: política (direitos) – agir sem interferência do Estado;
·        Igualdade: direito prestacional – agir positivo do Estado em relação ao indivíduo. Eu preciso que o Estado aja, me protegendo em relação à saúde, educação, transporte etc.
·        Fraternidade – que eu tenha qualidade de vida, mas os demais também tenham esta mesma qualidade.

        Abordou a Constituição Federal Brasileira (1988), em especial os Artigos 5º ao 7º, como marcos que regulamentam os direitos dos cidadãos e cidadãs brasileiros(as), a qual classifica o direito em três dimensões: individuais, coletivas e sociais.  Acrescentou que a Constituição, além da relação que estabelece com o Estado, tem a mesma força normativa nas relações entre os cidadãos e cidadãs.
                         
     No que se referem às formas de assistência prestadas pela Defensoria Pública, esclareceu como sendo de orientação  e postulação,  as quais podem se situar tanto em âmbito judicial,  como administrativo.  O trabalho de conciliação por meio da  gestão de conflitos também é uma das atividades exercidas pela Defensoria Pública. Pontuou que quando o indivíduo não tem seus direitos resguardados em seu País,  pode buscar a Corte Interamericana de Direitos Humanos.

       Finalizando sua exposição, esclareceu sobre as competências de atuação dos seguintes órgãos:
  • Defensoria Pública da União: atua quando envolve órgão da administração pública federal, por exemplo: justiça eleitoral,  do trabalho, etc. Representa o cidadão e a cidadã contra órgãos e entidades da União como o INSS, INCRA, etc.
  •  A   Defensoria Pública do Estado: atua quando a lesão a direitos  envolver estado x indivíduo ou  dois particulares.               
  • Os Juizados Especiais Estaduais: atendem demandas particulares, enquanto os Juizados Especiais da Fazenda, atuam contra órgãos estatais.

    O tema foi muito importante e esclarecedor de muitas dúvidas dos participantes.  O próximo módulo será nos dias 24 e 25/08/2012  e versará sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA  (Aprendizes de Cidadania e a Perspectiva de uma nova Sociedade).

Cleuza Beluzo
Participante do Curso

quinta-feira, 16 de agosto de 2012






Deputados assinam recurso protelatório que pode pôr em risco a implementação do Plano Nacional de Educação,

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação apresenta abaixo lista dos 80 deputados que assinaram recurso protelatório ao Projeto de Lei 8035/2010, que trata do novo PNE (Plano Nacional de Educação). Caso seja aprovado o referido recurso, a implementação do PNE ficará ainda mais atrasada, o que retardará a elaboração dos consequentes planos estaduais e municipais de educação, prejudicando gravemente o direito à educação de milhões de brasileiros.
Em matéria da Agência Brasil, a SRI (Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República), articuladora do recurso, argumentou que uma lei tão importante quanto o PNE não pode ser analisada por “apenas 16 parlamentares” que compõem a Comissão Especial.
No entanto, a instalação de uma Comissão Especial para elaborar o novo PNE foi uma proposta do Governo Federal, questionada na época pela sociedade civil. O impasse levou à negociação de um acordo de tramitação, firmado entre a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e o então Ministro da Educação, Fernando Haddad. O acordo foi integralmente cumprido.
Ademais, a composição da Comissão Especial do PL 8035/2010 reflete a representação de todas as forças partidárias da Câmara dos Deputados, composta por 52 parlamentares, sendo 26 titulares e 26 suplentes. Ou seja, a instância deliberativa não era formada por “apenas 16 deputados”, como informou erroneamente a SRI.
Foi após 20 meses de análise da matéria e da realização de inúmeras audiências públicas e estudos, que podem ser encontrados no site da Comissão Especial, que este grupo de trabalho parlamentar aprovou por unanimidade o patamar de 10% do PIB para a educação pública. Para tanto, inclusive, se reuniu com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, em 10 de abril de 2012.
Diante desses fatos, para o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, levar o projeto a plenário pode gerar modificações graves no PNE, amplamente analisado e debatido pela Comissão Especial, em diálogo com a sociedade civil e especialistas. “Levar o PNE ao plenário significa atrasar os rumos da educação, impor risco de prejuízo ao texto e retardar o direito à educação de milhões de familiares, estudantes e professores brasileiros. Correto seria debater o projeto no Senado Federal, deixando a tramitação avançar", disse.
Ontem (quinta-feira, 9/8), a Campanha divulgou nota alertando a sociedade brasileira sobre as manobras pelo adiamento. Notas com o mesmo teor também foram publicadas pelo FNE (Fórum Nacional de Educação), pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação) e pela Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).
Nenhum parlamentar do PCdoB, PSB, PSOL, PSDB, DEM, PPS, PV, PEN, PHS, PRP, PSL, PTC e PTdoB assinou o recurso protelatório. O partido que teve mais deputados que assinaram o recurso foi o PSD (28 parlamentares), seguido por PT (18), PMDB (10), PSC (6), PP (5), PDT (3), PR (3), PTB (3), PRB (2), PMN (1) e PRTB (1). Daniel lembra que o parlamentar que assinou o recurso ainda tem tempo de requerer a retirada de sua assinatura. “Essa é a melhor forma dos deputados não prejudicarem o andamento da educação pública brasileira e de não serem identificados como ‘adversários da educação’”, ressaltou.
Veja aqui dados e tabelas sobre o recurso. Conheça abaixo a lista dos parlamentares que assinaram o recurso protelatório que pode pôr em risco a implementação do PNE, em ordem alfabética de nome.
Deputado Partido UF
Ademir Camilo PSD MG
Afonso Hamm PP RS
Andre Vargas PT PR
Ângelo Agnolin PDT TO
Arlindo Chinaglia PT SP
Armando Vergílio PSD GO
Arolde de Oliveira PSD RJ
Átila Lins PSD AM
Benedita da Silva PT RJ
Bohn Gass PT RS
Carlos Magno PP RO
Carlos Souza PSD AM
Celso Maldaner PMDB SC
Costa Ferreira PSC MA
Danrlei de Deus Hinterholz PSD RS
Diego Andrade PSD MG
Dilceu Sperafico PP PR
Domingos Dutra PT MA
Edmar Arruda PSC PR
Elcione Barbalho PMDB PA
Eliseu Padilha PMDB RS
Erivelton Santana PSC BA
Fábio Faria PSD RN
Fátima Pelaes PMDB AP
Felipe Bornier PSD RJ
Fernando Ferro PT PE
Francisco Araújo PSD RR
George Hilton PRB MG
Geraldo Resende PMDB MS
Geraldo Simões PT BA
Giovanni Queiroz PDT PA
Guilherme Campos PSD SP
Guilherme Mussi PSD SP
Hélio Santos PSD MA
Homero Pereira PSD MT
Hugo Leal PSC RJ
Hugo Napoleão PSD PI
Janete Rocha Pietá PT SP
Jaqueline Roriz PMN DF
Jilmar Tatto PT SP
João Magalhães PMDB MG
José Carlos Araújo PSD BA
José de Filippi PT SP
José Mentor PT SP
Júlio Cesar PSD PI
Laercio Oliveira PR SE
Leonardo Gadelha PSC PB
Luciano Castro PR RR
Luiz Alberto PT BA
Manoel Salviano PSD CE
Márcio Macêdo PT SE
Marcon PT RS
Moreira Mendes PSD RO
Nazareno Fonteles PT PI
Nelson Marquezelli PTB SP
Nelson Meurer PP PR
Nelson Padovani PSC PR
Nilton Capixaba PTB RO
Onofre Santo Agostini PSD SC
Paulo Feijó PR RJ
Paulo Magalhães PSD BA
Pedro Chaves PMDB GO
Policarpo PT DF
Professor Victório Galli PMDB MT
Reinhold Stephanes PSD PR
Ricardo Archer PMDB MA
Ricardo Izar PSD SP
Roberto Balestra PP GO
Roberto Britto PP BA
Roberto Santiago PSD SP
Rogério Peninha Mendonça PMDB SC
Sérgio Barradas Carneiro PT BA
Sérgio Brito PSD BA
Sérgio Moraes PTB RS
Sibá Machado PT AC
Silas Câmara PSD AM
Vitor Paulo P RB RJ
Walter Tosta PSD MG
Zé Silva PDT MG

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Assembleia Ordinária COPED/PR – 02/07/2012


SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
CONSELHO PERMANENTE DE DIREITOS HUMANOS - COPED

Ao segundo dia do mês de julho de 2012, no Palácio das Araucárias, Rua Jacy Loureiro de Campos s/n – Centro Cívico nesta Capital, às 9 horas da manhã, foi dado início à reunião plenária do Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná. Fizeram-se presentes, conforme convocação prévia, os/as Conselheiros/as Governamentais: Elizabete Subtil de Oliveira (OAB-PR), Cláudio Marques Rolim e Silva (SESP), Isabel Kugler Mendes (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraná), Guilherme Silva Bednarczuk (SEJU), Marcos Bittencourt (Ministério Público-PR). Conselheiros/as da Sociedade Civil: Amauri Ferreira Lopes (ONG-AVIVER), Carlos Henrique Santana (Centro de Estudos Políticos Culturais Chê Guevara de Londrina), Clóvis Pereira (Associação dos Deficientes Visuais de Londrina e Região), Daraci Rosa dos Santos (Conselho Regional de Serviço Social), Eva dos Santos Coelho (Associação União e Consciência Negra de Maringá), Paulo Cezar Pedron (Instituto de Defesa dos Direitos Humanos), Layza Minelly (Grupo Esperança), Márcio da Silveira Marins (Dom da Terra), Maria de Lourdes de Souza (Associação Cultural Negritude e Ação Popular). Convidados/as e Colaboradores/as: Luci Aparecida Rocha Belão (PM-PR), Luis Antonio Rosa (ALEP), Douglas Sabatini Dabul. Justificaram suas ausências: Marcos Nogueira, por estar em reunião fechada com o Corregedor do Estado; Tiago Gagliano Pinto Alberto e José Antonio Peres Gediel, que estavam presentes na banca de avaliação de candidatos à doutorado, na Universidade Federal do Paraná.
Constatando o horário e o quorum, o Assessor Guilherme Silva Bednarczuk, do Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná, declara aberta a sessão ordinária, explicando que o Secretário Executivo José Antônio Peres Gediel está em uma banca de avaliação de doutorado, e que por tal motivo não poderá conduzir a presente reunião. Guilherme passa a palavra para Márcio da Silveira Marins, que desde logo passa ao primeiro ponto de pauta, qual seja, a aprovação da ata da reunião do dia 04/06/2012. Ele questiona os conselheiros e conselheiras se já tiveram a oportunidade de lê-la. Como alguns conselheiros/as não tinham lido, a conselheira Maria de Lourdes (Santa) faz a leitura em voz alta. Feita a apreciação, a conselheira Layza Minelly faz uma correção, dizendo que os grupos LGBT não querem somente manter contato com a Polícia Militar, mas sim efetivamente participar das capacitações/formações de soldados, para que suas abordagens à população LGBT respeitem os direitos humanos. Márcio Marins comenta que gostaria de saber sobre o plano estadual LGBT, que foi comentado na parte da manhã, em que esteve ausente. Sem mais correções, passa-se aos informes, segundo ponto de pauta. Guilherme Bednarczuk informa que, a respeito do pedido de envio de ofícios àqueles conselheiros que estavam contabilizando muitas ausências, foram enviados somente para os/as conselheiros/as governamentais, visto que havia uma dúvida, por parte da Secretaria Executiva do conselho, a respeito de como funcionava o sistema de suplência da sociedade civil. A conselheira Layza Minelly esclarece que os conselheiros/as da sociedade civil são eleitos, e de acordo com a quantidade de votos que recebem, ficam ''classificados'' em uma lista. O conselheiro Carlos Enrique Santana começou a expôr, dizendo que tudo que tem de ser feito deve ser com base no Regimento Interno do Conselho. Inadvertidamente, foi interrompido por outra conselheira antes de concluir sua fala, e pediu para que tal fato constasse em ata. Continuando nos informes, Guilherme Bednarczuk noticia que houve uma reunião, referente ao caso da Ilha do Mel, comunidade da Ponta Oeste, e passa a palavra ao conselheiro Marcos Bittencourt Fowler, membro do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que passa a relatar o seguinte: uma reunião na 1ª Promotoria de Paranaguá foi feita, para se saber quais são as alternativas que a população local tem. Logo em seguida, foram à Secretaria do Patrimônio da União para discutir a situação, na medida em que a Ilha do Mel pertence à União, mas é gerenciada pelo Estado do Paraná. Por solicitação do MP-PR, tal Secretaria de Patrimônio da União vai realizar um levantamento da situação cadastral do registro de cada um dos moradores da ponta oeste, pois, de acordo com a fala dos próprios moradores, somente duas famílias estariam regularizadas. Ele relata também que a Secretaria de Estado da Cultura fez um levantamento, apontando que a comunidade já se encontra no local há mais de 200 anos, o que contradiz a versão do IAP, de que a permanência da comunidade é transitória. Além disso, o COPED terá de se posicionar a respeito do projeto de lei que irá modificar a forma como os moradores irão utilizar o seu espaço. Fica decidido que tal projeto será escaneado e enviado para o e-mail dos conselheiros/as para que possam formar opinião. O conselheiro Amauri Ferreira Lopes comenta que a Ilha se tornou um destino turístico cobiçado por estrangeiros, mas que quem mais sofre com esse fato são os moradores nativos da ilha. A conselheira Isabel Mendes gostaria de parabenizar o trabalho do MP-PR, e deixar registrado que não compareceu à reunião pois não foi avisada. O próximo informe se refere ao caso de racismo na UFPR, a respeito do qual ficou deliberado que o COPED enviaria um ofício à reitoria da universidade, pedindo explicações sobre as providências tomadas. Este conselho já recebeu uma resposta, que basicamente diz: uma reunião de diálogo e mediação entre as partes envolvidas (as estudantes Eliane e Kely e a professora Lígia Regina Klein) foi feita. Durante tal reunião, um pedido de desculpas, por parte da professora, foi feito e logo em seguida aceito, mas com um uma requisição: a de que ações de combate ao racismo fossem implementadas no interior da instituição. Dessa forma, as alunas finalizaram o processo de denúncia contra a professora Lígia Klein, objetivando iniciar um processo coletivo de debate e informação no Setor de Educação, e também na Universidade de forma geral. Seguindo nos informes, o conselheiro Carlos Santana afirma que houve uma reunião convocada pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, na cidade de Londrina, sobre a questão carcerária, mas que não foi convidado. Também traz a informação de que acampados da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) estão passando necessidades, devido à falta de assistência que já tinha sido prometido pelo poder público local. Seguindo, a conselheira Isabel Mendes faz um apelo para que sejam disponibilizadas vagas de estacionamento para aqueles membros do conselho que têm carro, pois diz que há dificuldade de estacionar em outro local que seja perto da sede da Secretaria. Comenta também que recebeu denúncias sobre a atuação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), que supostamente teriam torturado três pessoas, dentro das próprias dependências da instituição. Além desse caso, houve também uma denúncia a respeito da violência com que os agentes se valeram para cumprir um mandado de busca na casa de vereadores. O conselheiro Carlos Santana diz que há que se verificar se houve, primeiramente, um mandado judicial, e posteriormente, abuso no momento do cumprimento de tal mandado. O conselheiro Marcos Bittencourt Fowler salienta a necessidade de que tal denúncia seja reduzida a termo e seja pormenorizada, como condição essencial para que alguma providência por parte da Ouvidoria do Ministério Público, ou da Corregedoria, possa ser tomada. A conselheira Santa informa que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a violência contra mulheres, realizou audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná, no dia 29/06, e que tal audiência foi de grande importância para a conscientização da gravidade do problema, já que o Paraná é o Estado que tem o terceiro maior índice de agressões de gêncero. Como último informe, o conselheiro Márcio Marins avisa que vai se afastar temporariamente do Conselho, pois pretende se dedicar à campanha eleitoral. Ele ressalta que, por lei, não teria essa obrigação, mas em respeito aos outros conselheiros, decidiu se licenciar. Fica decidido então que Márcio da Silveira Marins irá ceder seu lugar a outro conselheiro/a suplente, sem prejuízo de seu direito de voltar a seu posto futuramente. Mudando de assunto, o conselheiro Paulo César Pedron sugere que seja feita uma reunião conjunta com todos os Conselhos de Direitos (tais como: Conselho do Idoso; da Pessoa com Deficiência; da Criança e do Adolescente), como forma de integração de ações adotadas. A conselheira Daraci Rosa dá a sugestão de que tal reunião não seja feita no mesmo dia da reunião do COPED, pois serão pautas distintas e também objetivos diferentes. Na sequência, a conselheira Santa solicita que seja feito, a todos/as os/as integrantes do conselho, um certificado que comprove que são realmente conselheiros/as e que desempenharam as respectivas funções durante o mandato. A proposta é aprovada. O próximo ponto de pauta foi solicitado por Carlos Enrique Santana, e versa a respeito da saúde de servidores públicos estaduais, que, segundo ele, sofrem de doenças mentais. Ele relata que acompanhou um servidor do sistema penitenciário à uma perícia médica, e se surpreendeu pois quem realizava a perícia era um cardiologista, que não dispõe de formação básica na área, dentre outros casos similares. O conselheiro Márcio Marins diz que tal problema seria diretamente enfrentado na reunião de conselhos de direitos, aproveitando-se da integração, como forma de melhor lidar com os problemas que envolvem diversas áreas que são abrangidas pelos conselhos. Guilherme Silva esclarece que, para que a denúncia possa ser encaminhada para os órgãos responsáveis, ela precisa ser reduzida a termo, e enviada para o e-mail do COPED, ao que o conselheiro Carlos se compromete a enviá-la. O conselheiro Paulo Pedron levanta a possibilidade de se fazer uma audiência pública, convocada pelo COPED, sobre tal tema, ocasião em que se reuniriam sindicatos de servidores, conselho estadual de saúde, e demais autoridades que debateriam o assunto. Seguindo a pauta, a respeito da interiorização das reuniões do Conselho, o assessor Guilherme Silva afirma que um memorando já foi enviado para a Diretoria Geral da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, que ficou de avaliar a viabilidade da proposta. O conselheiro Márcio Marins afirma que o orçamento já estava aprovado, e que o calendário também já tinha sido aprovado. Novamente, os conselheiros ressaltam a importância das reuniões interiorizadas: longe da capital, há uma grande distância do poder central, e a presença dos conselheiros poderia mitigar tal fato; o desconhecimento do COPED em grande parte do estado; a grande quantidade de denúncias gestadas no interior; etc. Em relação à falta de conhecimento do Conselho de Direitos Humanos no interior do estado, o conselheiro Clóvis Pereira diz que até mesmo juízes e promotores, pessoas que lidam diariamente com a temática de crimes e ameaças, não têm conhecimento do Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas do Estado (PROVITA) e Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAM), ambos programas importantíssimos. Ele sugere que seja enviado um ofício à todas as comarcas do estado, informando acerca da existência e objetivos do projeto. O próximo ponto de pauta foi sugerido por Carlos Enrique Santana e versa sobre os recentes acontecimentos no país vizinho, o Paraguai. Ele relata que houve um ''golpe disfarçado'', e que isso também pode ocorrer no Brasil. Propõe, então, que o COPED faça uma moção de respeito aos direitos humanos na região paraguaia. O conselheiro Marcos Fowler comenta que o âmbito de atuação do COPED é tão-somente o território do estado do Paraná, e que estaríamos propondo algo para o qual não temos competência. O conselheiro Márcio Marins sugere que seja enviado um ofício para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e para o Ministério das Relações Exteriores, com um posicionamento deste Conselho. A sugestão de Márcio Marins é aceita pelo pleno do conselho. O último ponto de pauta foi incluído a pedido da conselheira Eva dos Santos, que traz uma denúncia. Ela relata que a situação do Centro de Socioeducação (CENSE) de Maringá é complicada pois há uma falta crônica de funcionários, situação esta que se agravou com o suicídio de uma jovem dentro do Centro. A respeito do tema, fica decidido pelo Conselho que um documento que autoriza uma visita oficial em nome do COPED será feito e entregue aos conselheiros residentes na cidade de Maringá, para que possam verificar in loco a situação; além de um ofício para a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, para informações. Também, o conselheiro Carlos Santana salienta que os conselheiros/as devem acompanhar com afinco o andar do inquérito policial sobre o caso, e cobrar as providências cabíveis. Agradecendo a presença de todos os conselheiros e conselheiras, o assessor Guilherme Silva Bednarczuk dá por encerrada a reunião.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

CDHC vai verificar se há represálias à atividade sindical na PM

A Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa vai encaminhar ofício ao Comando da Polícia Militar comunicando o interesse em acompanhar as audiências do Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado contra o presidente da Associação dos Praças do Estado do Paraná, Orélio Fontana Neto. Ele está sendo acusado de ter causado prejuízos à imagem da Corporação ao postar uma nota oficial no site da entidade sobre a regulamentação do subsídio previsto na Emenda Constitucional nº 29, aprovada em junho pela Assembleia Legislativa.
O representante dos policiais militares está sendo investigado por, supostamente, infringir o artigo 166 do Código Penal Militar. A publicação da nota, em 4 de abril, antes de o governo encaminhar projeto à Assembleia Legislativa, foi entendida pelo Comando da PM como "crítica pública" à corporação e desrespeito aos princípios de hierarquia e disciplina.
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Tadeu Veneri (PT), o IPM pode configurar uma represália à atividade sindical do presidente da Apra. O deputado observa que a nota da entidade apenas tinha o objetivo de informar aos associados sobre o trâmite da proposta de regulamentação da Emenda e as iniciativas feitas para obter informações junto ao governo do Estado. "Nós vamos verificar se o IPM não é apenas uma tentativa de intimidação dos policiais que discutem os problemas da corporação, exercendo seu legítimo direito de manifestação", disse Veneri. (Site Tadeu Veneri)