quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Preso que entender Dostoiévski vai ter pena reduzida

Redação Bonde

 
A Vara Criminal de Joaçaba (SC), sob comando do juiz Márcio Umberto Bragaglia, deu a largada ao projeto Reeducação do Imaginário, que consiste na distribuição de obras clássicas aos apenados da comarca, para leitura e posterior cobrança de pontos em entrevistas com o magistrado e seus assessores. Os participantes que demonstrarem compreensão do conteúdo, respeitada a capacidade intelectual de cada apenado, poderão ser beneficiados com a remição de quatro dias de suas respectivas penas.

O primeiro módulo do projeto consiste na leitura da obra "Crime e Castigo", de Fiódor Dostoiévski. No segundo módulo, para o qual já existe etapa de aquisição de livros, os apenados lerão "O Coração das Trevas", de Joseph Konrad. Depois virão obras de William Shakespeare, Charles Dickens, Walter Scott, Camilo Castelo Branco e outros autores, todos recomendados por intelectuais do calibre de Otto Maria Carpeaux, Olavo de Carvalho, Harold Bloom e Mortimer J. Adler. Os livros serão adquiridos em edições de bolso, diretamente com verbas de transação penal destinadas ao Conselho da Comunidade, que juntamente com o Presídio Regional de Joaçaba participa do projeto encabeçado pela Vara Criminal.

"O projeto (...) visa a reeducação do imaginário dos apenados pela leitura de obras que apresentam experiências humanas sobre a responsabilidade pessoal, a percepção da imortalidade da alma, a superação das situações difíceis pela busca de um sentido na vida, os valores morais e religiosos tradicionais e a redenção pelo arrependimento sincero e pela melhora progressiva da personalidade, o que a educação pela leitura dos clássicos fomenta", interpreta o juiz Bragaglia, declaradamente inspirado nas lições de educação do filósofo Olavo de Carvalho, a quem considera o maior pensador brasileiro vivo e em atividade.

Reunidos no Salão do Júri, os apenados participantes do projeto – todos voluntários - ouviram palestra do juiz Bragaglia. "Não vou subestimar a capacidade de vocês, não vou sugerir que leiam best-sellers, autoajuda, subliteratura ou outras inutilidades. Ao contrário! Todo ser humano, por mais difícil que seja sua situação ou por mais precária que tenha sido sua educação, tem condições de ler grandes obras com proveito, e é isto que torna essas obras eternas: o quanto elas falam da experiência concreta, da alma humana", comentou o magistrado. Ao final, cada participante recebeu uma edição de "Crime e Castigo", acompanhada de um dicionário de bolso. As avaliações ocorrerão em 30 dias. O projeto conta com o apoio e a participação do Ministério Público de Santa Catarina, por meio do promotor de justiça criminal de Joaçaba, Protásio Campos Neto.

(com informações do Tribunal de Justiça de Santa Catarina)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CDH CONVIDA A POPULAÇÃO PARA SUA REUNIÃO MENSAL

O Centro de Direitos Humanos de Londrina - CDH Londrina, convida aos militantes e simpatizantes da causa dos direitos humanos a participarem da reunião ordinária da coordenação-geral da entidade a realizar-se no dia 01/12/2012, às 14 horas na sede da entidade cujo endereço é Rua Guararapes,191.

Pauta: 1) Leitura das atas anteriores e aprovação dos pontos de pauta e proposta de novos pontos de pauta; 2) Finanças; 3) Violência policial; 4) Defensoria Publica do Paraná; 5)  Ato público dia 08/12/2012.


Racismo e covardia praticada por Policiais de Curitiba


Uma advogada de Curitiba denunciou, nesta terça-feira (27), que foi vítima de uma série de abusos que teriam sido cometidos pela Polícia Militar (PM). Ela foi presa por desacato no último fim de semana, durante uma ação policial realizada no Bairro Alto. Entre os excessos apontados pela advogada estão abuso de autoridade, tortura e racismo. Ela afirma ter sido chama de “vadia” e de “vagabunda” pelos policiais e diz ter permanecido algemada por mais de seis horas. A Corregedoria da PM instaurou um inquérito para apurar o caso.

A ocorrência começou por volta das 19 horas de sábado (24). Segundo o registro da PM, o caso foi descrito como “abordagem” realizada na Rua Rio Guaíba, no Bairro Alto, que terminou com quatro pessoas encaminhadas à Polícia Civil. Uma das detidas era a advogada Andréia Cândido Vítor.

Em um vídeo divulgado pela Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (AbraCrim), ela conta que viu a aglomeração de policiais no bairro e, a exemplo de outros moradores do local, foi ver do que se tratava. Os policiais teriam entrado sem mandado de busca em uma residência onde moram, entre outras pessoas, uma adolescente com problemas de locomoção e idosos.

Acompanhada de uma líder comunitária, a advogada teria questionado o tenente que comandava a ação sobre os motivos da abordagem à residência. O tenente teria xingado as mulheres de “vagabundas” e “vadias” e, quando Andréia se apresentou como advogada, recebeu voz de prisão por desacato.

“Eu disse: ‘Eu preciso de um representante da OAB. Ele gritou: ‘Você não precisa de nada, sua vagabunda. Entra no carro que você vai ter o que você precisa’”, narrou a advogada.

Andréia afirma ter sido algemada e colocada em uma viatura, em que estavam três suspeitos. Todos teriam sido levados a um módulo policial, no Bairro Alto, onde teriam sido torturados. A advogada diz ter sido colocada de joelhos e ter sido espancada, com tapas no rosto. “Uma das policiais olhava para mim e dizia: ‘Você não é advogada? Advogada o quê? Com essa corzinha?’”, relatou no vídeo.

Segundo Andreia, em seguida ela e os suspeitos foram levados ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), da Polícia Civil. Ela diz que permaneceu algemada e em pé por seis horas e meia. Ela só foi liberada no início de domingo (25), após prestar depoimento.

O chefe da Corregedoria da PM, coronel Marcos César Vinícius Kogut disse que o comandante do 20º Batalhão da corporação recebeu a denúncia e determinou a abertura de um inquérito policial militar, para apurar o que ocorreu. “Foi solicitado o acompanhamento do Ministério Público do Paraná (MP-PR), para que transcorra tudo normalmente e que se apure o que realmente aconteceu.

Caso os abusos sejam comprovados, o procedimento instaurado PM pela pode terminar com em punições que variam de repreensão a expulsão dos envolvidos. Os policiais também devem responder pelas acusações criminalmente.

Fonte: Gazeta do Povo

Notas CDH Londrina

E o atual governo a cada dia que passa mostra a sua cara no Paraná! Desde que Beto Richa assumiu, nunca se viu tanta agressão por parte de policiais contra a população. Semana passada foi contra funcionário da COPEL, que protestavam por aumento de salario... Agora... O Paraná TV mostra que policiais invadiram uma casa  em Curitiba e agrediram uma advogada e todas as pessoas que ali estavam não fizeram distinção de idade ou estado de saúde. É isso ai, Governo Beto Richa, seguindo a cartilha dos governos neoliberais anteriores. 

          MOMENTOS DE TERROR NUMA COMUNIDADE

Quantos pobres e "pretos" ainda serão agredidos? Ha mais de 20 anos nosso estado não tem uma defensoria pública, quando ela terá estrutura em todo o estado? só quem milita em movimentos de direitos humano
s é que ficarão cobrando e agindo?

Quando não ha justiça suficiente, quando não ha dialogo e trabalho coletivo entre Poder Público e Comunidades o que sobra é a Barbare.

Em debates informais, policiais que acham que é seu dever fazer justiça com as próprias mãos confessam suas torturas, nesses casos alegam que agridem estupradores e assassinos, a sociedade finge que não sabe, mas os excessos ocorrem todos os dias contra a população de baixa renda

Os policiais que honram a Constituição e os Direitos Humanos merecem nosso respeito e apoio os algozes do povo precisam sair de cena.

Precisamos compreender e implementar a Educação em Direitos Humanos para que atitudes autoritárias e violentas saiam das praticas de alguns agentes públicos e das pessoas que ainda defendem o regime de governo militar.

domingo, 25 de novembro de 2012

Ainda à espera da Defensoria


    Um ano e meio após a nomeação pelo Governador Carlos Alberto Richa da Defensora-Geral, a Defensoria Pública do Estado continua com a efetivação de sua estruturação a passos lentos, com uma grande possibilidade de não se concluir nesta gestão  por total falta de interesse do governo.
    Para que tenhamos idéia da inércia que cerca a criação da Defensoria ainda estamos só com os dez advogados  que aceitaram ser defensor público, muitos em fim de carreira, pasmem, o primeiro concurso para 197 defensores, somente terão suas nomeações em 2013, portanto a Defensoria Pública do Paraná já começa com sua estrutura debilitada.
    Quanto a estrutura nossa maior preocupação nada ainda, ela precisa se concretizar em todo o Paraná, veja o caso das cidades do interior como Londrina, Foz do Iguaçu,Maringá, Cascavel, entre outras que não tem atendimento da Defensoria Pública, lembramos que a defensoria pública não é só criminal.
    Cidadãos sem condições de arcar financeiramente com o serviço jurídico,acabam tendo seus direitos cerceados.
    Portanto, cidadãos não deixem que o direito da maioria dos paranaenses seja usurpado sem a devida cobrança.
 
                                       Carlos Enrique Santana
                                               Defensoria-já    

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Conquista: ANADEP comemora aprovação do PLP 114


Veículo: Ascom ANADEP

Estado: DF
O plenário da Câmara acaba de aprovar, nesta quarta-feira (21.11), por unanimidade, com 289 votos, o PLP 114/2011, que trata da adequação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n° 101, de 2000) à autonomia administrativa, financeira e orçamentária da Defensoria Pública. Os diretores da ANADEP e os presidentes das Associações Estaduais, que estavam no Congresso Nacional acompanhando a votação, comemoraram o resultado como o mais importante passo na efetivação da autonomia constitucional estabelecida pela Reforma do Judiciário na emenda 45.
“Essa foi uma das vitórias mais importantes da Defensoria Pública nos últimos tempos e permite um tratamento financeiro e orçamentário condigno com a missão de promover a defesa dos interesses da grande maioria da população brasileira. Entre as alterações relevantes trazidas por este projeto está a criação de um percentual de até 2% da receita corrente líquida dos estados, exclusivamente, destinado ao investimento nas despesas de pessoal da Defensoria Pública. Essa alteração coloca a Defensoria Pública, rigorosamente, no mesmo patamar da magistratura e do Ministério Público”, esclarece o presidente da ANADEP, André Castro.
A conquista, que permitirá a democratização do acesso à justiça por meio da expansão dos serviços da Defensoria Pública (hoje presente em apenas 42% das comarcas do país), foi atribuída a um trabalho articulado e contínuo, liderado pela ANADEP, mas em parceria com as Associações, Defensorias Gerais e os defensores públicos de todo o país.
“A aprovação de um projeto de lei dessa complexidade, em tão pouco tempo (cerca de 1 ano e meio de tramitação), foi fruto direto do grande trabalho realizado de forma harmoniosa e articulada pelas Associações de defensores públicos de quase todos os estados do Brasil. As Associações tiveram papel fundamental no contato com os parlamentares nos estados, explicando a eles o conteúdo e a importância do projeto para o crescimento e o fortalecimento das Defensorias Públicas. Esta é uma vitória dos defensores de todo o Brasil”,  reitera o vice-presidente da ANADEP, Antonio Maffezoli.  
A matéria, agora, segue para sanção presidencial.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Brasil volta a compor órgão de Direitos Humanos da ONU

Enviado por thalesbraga - 13/11/2012
 
O Brasil foi eleito, com ou­tros de­zes­sete países, nesta se­gunda-feira (12), para man­dato de três anos (2013-2015) no Con­selho de Di­reitos Hu­manos das Na­ções Unidas, tendo re­ce­bido a ex­pres­siva vo­tação de 184 su­frá­gios do total de 193 países com di­reito a voto.
 

Neste novo mandato, o Brasil trabalhará pelo contínuo fortalecimento do Conselho e enfatizará, sem prejuízo de outras iniciativas, a não politização e não seletividade; o combate a todas as formas de discriminação; e o direito à saúde, bem como a ampliação da cooperação entre os países no combate a violações transnacionais e no intercâmbio de experiências bem-sucedidas.
 
Brasil trabalhou no processo de construção institucional do Conselho, o qual integra pela terceira vez.< /span>

A eleição do Brasil ao Conselho representa o reconhecimento da comunidade internacional pelo trabalho empreendido pelo Estado brasileiro para a promoção e a defesa dos Direitos Humanos em âmbito interno e externo, bem como a presença de uma sociedade civil atuante e propositiva. Exemplo desse reconhecimento foi a recente reeleição de Margarida Pressburger para o Subcomitê de Prevenção à Tortura. É importante ressaltar ainda que neste ano o Brasil acatou 169 das 170 recomendações feitas ao País durante o segundo ciclo do Mecanismo de Revisão Periódica Universal.
 

Signatário da quase totalidade dos tratados internacionais, o Brasil valoriza a cooperação internacional e a prevalência dos fóruns multilaterais como mecanismos relevantes para a promoção dos mais elevados padrões de Direitos Humanos. A candidatura brasileira ao Conselho de Direitos Humanos reflete a importância atribuída pelo país ao papel do sistema multilateral na promoção e proteção dos direitos humanos.
 

O Conselho, composto por 47 países, é responsável pelo fortalecimento da promoção e da proteção dos direitos humanos no mundo. Foi criado pela Assembleia Geral da ONU em 2006 e realiza, dentre outras iniciativas, a Revisão Periódica Universal, mecanismo que permite a avaliação da situação dos direitos humanos em todos os Estados-Membros das Nações Unidas. O Brasil trabalhou no processo de construção institucional do Conselho, o qual integra pela terceira vez – os outros dois mandatos foram 2006-2008 e 2009-2011.
 
Por Forum DCA - Valtenir Lazzarini

domingo, 18 de novembro de 2012

Organizações de direitos humanos usam a Lei de Acesso à Informação para conhecer os candidatos à vaga do Ministro Ayres Britto no STF

A Articulação Justiça e Direitos Humanos - JusDh reivindica transparência no processo que decidirá sobre o preenchimento da vaga do Ministro Ayres Britto, que se aposenta no próximo domingo.
O Supremo Tribunal Federal (STF) é a instância máxima do Poder Judiciário brasileiro, onde tem sido decididas questões centrais de direitos humanos para o país. De fato, observando uma tendência de expansão das decisões do STF para temas diretamente ligados às políticas públicas e à efetivação, ou violação, dos direitos humanos, compreende-se que o procedimento de indicação de seus/suas integrantes torna-se de extrema relevância para os rumos da sociedade brasileira, sendo, portanto, imprescindível que ela possa participar desse processo como protagonista. Mas, para participar, é necessário minimamente conhecê-lo.
No próximo domingo, dia 18 de novembro, o atual presidente do STF, Ministro Ayres Britto, completará 70 anos, atingindo sua aposentadoria compulsória e dando início a mais um processo de escolha presidencial para o Tribunal. Embora estejamos a apenas quatro dias da abertura da vaga, nada se sabe sobre os candidatos, as consultas e as movimentações que estão sendo realizadas no âmbito da Presidência e do Ministério da Justiça a fim de definir este importante momento da política pública de justiça no Brasil.
Em tempos que se pretendem democráticos, já não se justificam o silêncio eloqüente e a falta de transparência no processo de indicação de Ministros para o STF, como se não fosse de interesse ou legítimo à sociedade conhecer e discutir os nomes que estejam sendo cogitados, antes da sua indicação.
Diante desse cenário, na iminência de uma nova indicação em meio a velhas escolhas, a Articulação Justiça e Direitos Humanos – JusDh, que vem realizando um trabalho em prol da transparência e compromisso com os direitos humanos nas indicações do STF, inserido em uma agenda de democratização da justiça, protocolou hoje (14/11) junto à Presidência da República, Ministério da Justiça e Secretaria Geral da Presidência, ofício solicitando acesso às informações acerca do processo adotado pela Presidência para o preenchimento da vaga do Ministro Ayres Britto, reivindicando transparência e diálogo no procedimento, e compromisso com os direitos humanos como critério para a escolha do/a novo/a ministro/a do STF.
O ofício fundamenta-se na Lei de acesso à informação pública (Lei nº 12.527/2011) que regulamenta o direito fundamental previsto no art. 5º, XXXIII, da Constituição Federal, que entrou em vigor no Brasil em maio do presente ano. Com base neste mecanismo, e tendo em vista a relevância da escolha para o país, a JusDh quer saber que nomes estão sendo cogitados, quem está participando da comissão à frente desse processo e que critérios serão utilizados na decisão.
Veja o documento na íntegra

Terra de Direitos

CONSCIÊNCIA DO NÓS


por Reinaldo João de Oliveira

Reflexão feita através das socializações e diálogos sobre o assunto em questão, em gratidão aos companheiros e colegas nesta articulação AfroAmeríndia.
 Intercalo entre o texto, imagens também socializadas por fotógrafos/artistas que compõe a causa e que intentam resgatar os valores que a ideologia quis também tirar do povo negro, em relação à sua identidade e sua estética... além de ressaltar, na reflexão, um dos intelectuais que mais revoluciona a questão da “Consciência Negra”, no meu entender = Guerreiro Ramos.

Voltando à reflexão, pergunto: o que dizer sobre uma cena em que uma pessoa resiste e prefere a morte do que uma rendição? Muitos pensariam num fugitivo de algum crime, mas dificilmente ligaria o fato à alguém que resistiu e enfrentou a escravidão nestas terras tropicais. E mais: que de acordo com a sua consciência, de pertencimento a um povo que foi trazido, como bichos, nos navios negreiros ingleses, para sustentar a economia deste país que viria a ser um império lusófono.

Pois foi com os braços de homens e mulheres negros que os lordes garantiram a revolução industrial e a consolidação do sistema capitalista. Só o braço escravo, já bem contou Eric Williams, daria conta da colonização baseada na monocultura extensiva. Mas essa gente valente, que foi sequestrada de suas terras, nunca se rendeu. A liberdade era seu horizonte e, em determinados contextos, tão logo escapavam das correntes e sistemas que lhes aprisionavam, criavam quilombos, comunidades livres, solidárias, auto-gestionadas. A maior delas: Palmares. E é em honra a esse povo, com Zumbi à frente, que no dia 20 de novembro, se celebra o Dia da Consciência Negra.

A data não é uma lembrança ritual de um tempo que já passou. Ela é a ferida aberta de uma sociedade que segue vivenciando os pressupostos do tempo da escravidão, mergulhada no racismo e na discriminação. Basta ver o que acontece sempre, com as manifestações raivosas contra nordestinos e população de periferia em comunidades empobrecidas (majoritariamente de pessoas com pele negra). Por isso que é preciso lembrar, e lembrar, e lembrar o que resultou de todo o processo escravista nestas terras brasilis.
Desde quando os portugueses decidiram apostar na mão-de-obra escrava aqui, nas novas terras, foi necessário consolidar uma ideologia que respaldasse o absurdo. Era mais do que óbvio que a elite colonial não haveria de espalhar aos quatro cantos que esta era uma medida “econômica” necessária para garantir seus lucros. Recebeu até o apoio da igreja, com seus missionários de plantão, como instrumento ideológico desde a origem deste processo: sem precisar citar tanto as pregações do “santo de pau oco”, que foi um dos grandes legitimadores da escravidão antes, o padre Antonio Vieira, que em seus Sermões catequizava a “legimitidade da escravidão” para a salvação das almas perdidas em África. Portanto, nada melhor que se liberto, salvo ao reino dos céus, sendo escravo cá no Brasil, pagando o preço dos pecados que nem eram dos africanos... verdadeiro “Pecado Original” esse cometido pela Santa Madre Igreja, nunca reparado para com a população negra. Valendo dizer que praticamente todas as congregações religiosas, que vinham aqui se estabelecer, utilizaram-se muito da mão de obra escrava até o final quando não podia mais, e até recentemente, na década de 1960, era proibido o acesso de negros aos cargos eclesiásticos de mais status... hoje a realidade ainda não é tão diferente assim.

Nesse contexto dos séculos XVII e XVIII, tendo todos os elementos a favor, o melhor, para as elites que dominavam a ideologia da criação de uma República, foi criar a idéia de que os negros eram de uma raça inferior, tal qual os índios, gente de segunda classe aos quais não faria diferença serem escravizados. Ou melhor, era natural que o fossem. E então foi só repetir, e repetir, e repetir. A coisa pegou. E tanto que, passados mais de 300 anos de escravidão, até mesmo os escravos – pessoas das gerações que se seguiram e que nunca haviam conhecido a liberdade – acreditaram nisso.

Depois, com o fim do regime escravista, uma vez que já estava garantida acumulação do capital das famílias coloniais, a ideologia seguiu fazendo seus estragos. Os negros libertos ficaram ao léu. Não havia política para inclusão de toda uma multidão de gente que, de repente, se via livre. Muitos, já velhos, não tinham como vender a sua força de trabalho e perambulavam pelas ruas, a mendigar. Ao que o sistema acrescentou novos adjetivos: preguiçosos, vagabundos, marginais. Nas grandes cidades eles foram se encravando nos morros, buscando um canto para morar, já que o Estado lhes abandonava.

E então, como não havia como eliminar a presença do negro na vida nacional, uma vez que aqui eram milhões, a elite decidiu que era preciso “embranquecer” o país, já que, conforme sustentavam os ideólogos de plantão, a raça negra haveria de constituir sempre um dos fatores da inferioridade do país. Ou seja, depois de terem usado do braço negro para forjar suas riquezas, a elite os considera causa da desgraça nacional. Cínismo pouco é bobagem.

Desde então, sociólogos, antropólogos e cientistas sociais se debruçam sobre aquilo que chamaram e ainda chamam de “problema do negro”, buscando refletir os elementos do racismo e do preconceito. Diante desta diferenciada forma de capitulação ideológica, o sociólogo Guerreiro Ramos vai apontar sua metralhadora verbal. “Por que o negro é um problema? O que o faz ser um problema? Uma condição humana só é elevada a condição de problema quando não se coaduna com um ideal, um valor, uma norma. Se se rotula ‘problema’ ao negro é porque ele é anormal. O que torna problemática a situação do negro é que ele tem a pele escura. Essa parece ser a anormalidade a sanar”. G. Ramos lembra que foi a superioridade européia no processo de colonização que criou estas manifestações - as quais chama de “patológicas” – de que o padrão estético dito normal e bonito só pode ser o branco. “É uma tremenda alienação que não leva em conta a realidade local e a verdade histórica: nosso país é um país de negros”.

Guerreiro Ramos argumenta que enquanto os estudiosos brasileiros não se libertarem da visão eurocêntrica da qual são cativos, muito pouco se poderá dizer sobre o racismo e a discriminação do negro no país. Os autores mais incensados, como Gilberto Freyre e Nina Rodrigues, por exemplo, viam o negro como o exótico, o problemático, o não-Brasil. Euclides da Cunha acreditava que a fusão das raças era prejudicial e que o mestiço era um decaído, embora pudesse transcender e ser salvo pela civilização. Era uma espécie de tese de “embranquecimento” pela inclusão na vida nacional. Oliveira Vianna chegou a dizer que a inferioridade seria passageira porque a tendência seria, pela mestiçagem, embranquecer.

Na tese defendida por Guerreiro Ramos a saída é a afirmação cotidiana da condição de negro, “niger sum”, pelo seu significado dialético numa sociedade em que todos parecem querer ser brancos por força da ideologia. “Sou negro, identifico como meu o corpo em que está o meu eu e considero minha condição ética [acrescento: e estética] como um dos suportes do meu orgulho pessoal”. Ele também defendeu, durante toda a vida, de que era necessário tirar do próprio negro a ideia de que havia um “problema do negro”. “O negro no Brasil é povo, o negro não é um componente estranho da nossa demografia”.

Hoje, o movimento negro, que é pouco atuante no Brasil, tem trabalhado essas teses, de afirmação cotidiana, mas não é fácil desfazer séculos de ideologia. Além do que é também possível encontrar entre algumas ONGs a ideia de que para o negro valem as políticas pobres como aquelas que, com dinheiro de fundações estrangeiras - como Ford, a Kellogs e outras que são inclusive responsáveis pela condição econômica de periferia de nossa gente - promovem cursos de cabeleireiras para mulheres negras e de garçons para homens negros, como se a eles só pudessem ser garantidas estas profissões. Outras instituições e pessoas, que atuam na área da Educação sofrem com o mal do personalismo com a vaidade de lideranças - procuram a todo custo estar ao lado do poder, se aliando à poderes institucionalizados que interessam à este ou aquele processo de favorecimento à sua capitalização. E, ainda, há menosprezo pela realidade que bate a porta, pelas ausências de uma gestão ética e transparente na administração, além da falta do empoderamento feminino, como forma de respeito e sensibilidade no trato com as mulheres negras, que são as maiores vítimas no processo de exclusão e opressão.
 

As cotas nas universidades avançaram em muito a dialetização da questão racial no Brasil, tanto que o racismo vivo e fulgurante se manifestou de várias maneiras, inclusive com estudantes brancos entrando na Justiça contra elas, como se as cotas já não fossem uma realidade nas universidades. Só que as cotas que existiam até então eram para os estudantes com cursinho particular, os nascidos em berços esplendidos, e estes não admitiam “repartir” a vida universitária com estes que muitos ainda consideram “inferiores”, justificando a cristalização da ideologia implantada nos tempos coloniais.
Estudantes de escolas particulares de Brasília protestando contra a destinação de vagas nas universidades federais para alunos de escolas públicas ( Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / ABr, em 22/08/2012, FonteG1 DF)
Também o sistema capitalista é pródigo em cooptar as ideias e bandeiras do negro, transformando em produto a ideia de afirmação racial, como se pode notar nas revistas especializadas que acabam dando destaque ao negro, mas sempre dentro dos padrões capitalistas, de consumo e de estética.

Por isso a lembrança de Zumbi é tão desconfortável, e não foi sem razão que, em muitos municípios do Brasil, tenha sido recusada pelas Câmaras de Vereadores as propostas de um feriado no Dia da Consciência Negra. Porque quando se fala de Zumbi dos Palmares, se fala de outro modo de organizar a vida, auto-gestionada, cooperativa, solidária, comunitária, outros padrões de beleza e de relação com as coisas. Quando se fala em Zumbi se fala de luta aguerrida, armada, rebelde. Porque na sua história de líder de Palmares, Zumbi recusou a rendição, a composição de classe, a capitulação. Ele foi até o fim na proposição niger sum (sou negro), e para as elites brancas e racistas isso pode se configurar num “mau exemplo”. Melhor encobrir ou ainda, tornar um produto. 
De qualquer forma aí está o Dia da Consciência Negra nos interpelando, fazendo pensar que ainda há muito caminho a percorrer na destruição da ideologia racista inoculada desde os tempos coloniais.

Que viva Zumbi e que viva a idéia poderosa da afirmação de Guerreiro Ramos: Sou negro, sou povo brasileiro!

  
Para aprofundamentos, segue uma imagem/foto e referências bibliográficas de Guerreiro Ramos:
Foto de Guerreiro Ramos em primeiro plano: Conferência em Salvador/BA, 08 de Agosto de 1952 = extraída da tese de Ariston Azevedo (2006).

RAMOS, Alberto Guerreiro. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989.
RAMOS, Alberto Guerreiro. Administração e Contexto Brasileiro - Esboço de uma Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1983.
RAMOS, Alberto Guerreiro. Sociologia e a Teoria das Organizações - Um Estudo Supra Partidário. Santos: Editora Leopoldianum, 1983.
RAMOS, Alberto Guerreiro. Administração e Estratégia do Desenvolvimento - Elementos de uma Sociologia Especial da Administração. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1966.
RAMOS, Alberto Guerreiro. A Redução Sociológica - Introdução ao Estudo da Razão Sociológica. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro Ltda, 1965.
RAMOS, Alberto Guerreiro. Introdução Crítica à Sociologia Brasileira. Rio de Janeiro: Editorial Andes Ltda, 1957.

Agradecimentos a todos/as que contribuem direta e indiretamente para nossas articulações!

--
por Reinaldo J. Oliveira: AfroAmeríndia em diálogo em 11/16/2012, às 02:50:00 PM

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Curso Pré-Vestibular da UEL está com inscrições abertas


Agência UEL 


Estão abertas até 7 de dezembro as inscrições para o processo seletivo 2013 do Curso Especial Pré-Vestibular (CEPV) da UEL. Os interessados devem preencher o formulário de inscrição disponível somente na internet no endereço www.uel.br/sebec. O pré-requisito para inscrição é a comprovação de conclusão do Ensino Médio até 31 de janeiro de 2013. No ato da inscrição o candidato deverá apresentar declaração do Colégio da situação escolar ou entregar o comprovante de conclusão até 31 de janeiro de 2013.
Os alunos são selecionados por meio de uma avaliação socioeconômica, pois o Cursinho da UEL é direcionado a estudantes que não têm condições de pagar uma escola preparatória particular. Também será aplicada uma prova de Conhecimentos Gerais. A seleção socioeconômica é realizada pela Divisão de Serviço Social, do Serviço de Bem Estar à Comunidade (SEBEC).
O Curso Pré-Vestibular da UEL aprovou 86 alunos no último Processo Seletivo Vestibular da Instituição, inclusive em cursos como Engenharia, Enfermagem e Psicologia. Com 400 vagas o cursinho funciona há 15 anos com aulas de segunda a sexta-feira, das 14 às 18 horas ou das 19 às 23 horas, e aos sábados no período da manhã. As aulas são ministradas por alunos de graduação da UEL, selecionados por exames que avaliam conteúdos específicos.

Mais informações no Curso Especial Pré-Vestibular no telefone 3371-4719. 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

REUNIAO DA COMISSAO DE SAUDE DO CDH .

LOCAL :TRAVESSA BELO HORIZONTE N°18  (igreja presibiteriana)

DIA 17 .11 .12

AS 09 HORAS

PAUTA : 1°UPA  2°SID ,3°PSF ,4° DENGUE

CONVIDAMOS O SECRETARIO DE SAUDE PARA ESTAR PRESENTE NESTA REUNIAO  

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Pai narra luta para fazer o filho aceitar a própria homossexualidade

John Schwartz enxerga o sofrimento do filho depois de uma tentativa de suicídio e lança livro sobre o difícil caminho que o garoto percorreu para se aceitar

NYT* | 11/11/2012 05:00:55

NYT
Divulgação
 
“Se tivéssemos mantido drogas mais poderosas em casa, poderíamos ter perdido nosso filho”, escreve John Schwartz sobre a tentativa de suicídio de Joe Jeanne Mixon, esposa do jornalista do New York Times John Schwartz, entrou em casa uma tarde para encontrar o filho de 13 anos, Joe, incoerente, de “olhos esbugalhados” e nu no banheiro. Frascos de comprimidos estavam espalhados pelo chão e havia uma faca dentro da banheira. Joe tentou se matar.
 
A cena – um pesadelo para todos os pais - abre o livro de memórias de John Schwartz, “Oddly Normal: One Family’s Struggle to Help Their Teenage Son Come to Terms With His Sexuality” (ainda sem título em português, mas que pode ser traduzido como ‘Estranhamente normal: a luta de uma família para ajudar seu filho adolescente a aceitar sua sexualidade’).

A publicação é um relato emocionante do aprendizado de Joe para conseguir aceitar sua sexualidade, assim como o esforço de seus pais para protegê-lo da homofobia e ajudá-lo a suportar um sistema escolar que continua a marginalizar crianças que precisam de compreensão.

Schwartz está no trabalho quando Jeanne liga para lhe dizer que o filho tentou se matar. Ele corre para o hospital, onde se senta ao lado da cama de Joe, implorando ao filho que beba uma solução que neutralizará o efeito das drogas ingeridas. É possível sentir sua angústia quando ele tenta persuadir o filho: “vamos, Joseph. Mais um gole. Vamos. Um golinho mais apenas."

Anos antes, o casal já tinha reparado na paixão de Joe por seus “lindos” brinquedos, como ele mesmo definia, e suas bonecas. John e Jeanne sabiam que seu filho era gay. Ao contrário de muitos pais, eles estavam ansiosos para ver o menino sair do armário e se assumir.

Drogas poderosas

Mas mesmo pais compreensivos como os da família Schwartz não poderiam proteger seu filho da implacável experiência escolar, nem de si mesmo. O livro conta um episódio quando Joe, sentindo-se mais corajoso depois de assumir sua homossexualidade, repreendeu um grupo de meninos sobre a forma que eles classificavam as meninas. Ele passou a classificar os meninos também: "você é nota sete. Você é nota cinco.” À medida que os meninos iam ficando desconfortáveis, Joe zombava de todos e os desafiava: “os garotos estão com medinho do menino gay?", perguntava.

As crianças contaram o que aconteceu para um conselheiro da escola e a história se espalhou deixando Joe deprimido. Horas mais tarde, ele engoliu mais de duas dezenas de cápsulas de Benadryl (anti-histamínico vendido em farmácia).“Se tivéssemos mantido drogas mais poderosas em casa, poderíamos ter perdido nosso filho”, escreve Schwartz.

Adolescentes LGBT

Schwartz relata que as estatísticas sobre adolescentes gays que cometem suicídio, ou pelo menos tentaram, “são obscuras”, mas sua análise o leva a concluir que uma investigação melhor sobre o assunto acabará mostrando uma taxa substancialmente mais elevada de suicídio e uma maior incidência de pensamentos suicidas entre os adolescentes LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis) do que na população em geral.

Muitos adolescentes gays tiraram as próprias vidas, incluindo Tyler Clementi, o estudante americano que pulou da ponte George Washington depois de saber que um colega de quarto colocou na internet imagens dele beijando outro homem e enviou mensagens no Twitter incentivando outros estudantes a assistirem a cena.

Schwartz ainda ressalta que a intimidação ostensiva não é o único tipo de bullying que afeta crianças gays. De acordo com uma pesquisa, cerca de 90% dos estudantes gays disseram ter ouvido a palavra “gay” sendo usada de forma pejorativa e 72% relataram ter ouvido palavras homofóbicas como “bicha”. O resultado, Schwartz escreve, “são filhos gays que podem carregar um valentão internamente que os faz se sentir miserável, não importando se tem ou não alguém mexendo com eles pessoalmente.”

Transtornos psiquiátricos

A tentativa de suicídio de Joe parecia uma reação ao ostracismo na escola, mas Schwartz tem o cuidado de não aceitar explicações muito simples diante da profundidade do desespero de seu filho. Joe foi ridicularizado durante boa parte de sua infância porque ele era diferente, e não só por ser desajeitado em esportes e efeminado. Ele também era dado a explosões de raiva dirigidas a outras crianças e professores. Além disso, há indícios de que ele poderia ter tido um ou mais transtornos psiquiátricos.

Schwartz também olha para si mesmo e descreve suas próprias falhas como pai. Ele narra dolorosamente os erros que ele e a mulher cometeram, incluindo as tentativas anteriores de suicídio de Joe que nunca foram percebidas pelos pais. Scwartz conta que uma vez chegou a aceitar as desculpas do filho quando encontrou sinais de que Joe poderia ter tentado estrangular a si mesmo. Schwartz escreve: “a esta altura você pode estar pensando que éramos cegos. Em retrospecto, a única resposta que eu posso dar é ‘sim, é basicamente isso’”.

É claro que a leveza que permeia a história deste pai, que tentou desesperadamente ajudar o filho homossexual, só é possível porque a tentativa de suicídio de Joe não se concretizou - ao contrário de muitos outros, incluindo o caso de Tyler Clementi.

* reportagem de David Sheff

--
Alexandre Reis
Diretor da Contemplo Cia de Dança
+ 55 11 998778829

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

LUTO

O Centro de Direitos Humanos de Londrina, lamenta profundamente o falecimento de  Valdinei dos Santos, detento de Sertanópolis que estava sem atendimento médico, fizemos a denuncia ao Ministério Público e na imprensa, mas ele não resistiu e perdeu sua vida em Rolândia  desejamos força e sabedoria aos familiares e que cada vida sob a responsabilidade do Estado que se apaga sirva de luz na mente dos gestores públicos para que cumpram suas funções.









Agentes Penitenciarios

Aconteceu dia 04/11 ás 16:00 horas na igreja Nossa Senhora Aparecida (Santuário) a missa de ação de graças pelo dia do agente penitenciário, a missa foi celebrada pelos padres Edvan e José. Nossos parabéns a esses bravos (as) trabalhadores (as) da segurança pública que cumprem suas funções mesmo com todas as adversidades do sistema prisional


 

CONVITE


20 de novembro: Dia Nacional e Feriado Municipal da Consciência Negra



O Prefeito de Londrina, Gerson Araujo, e a Presidenta do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Vilma Santos de Oliveira, convidam para a cerimônia de abertura oficial das comemorações do Mês da Consciência Negra “Londrina celebra Zumbi”, a ser realizado em parceria com as instituições e segmentos afins.

Data:  6/11/2012 (3ª feira)
Horário:  8 horas
Local: Casa dos Conselhos Municipais
            Avenida Bandeirantes, nº 116 (próximo ao Moringão)

III CICLO HANNAH ARENDT


         O Centro de Direitos Humanos de Londrina, esteve representado no III Ciclo Arendt, promovido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) nos dias  29 e 30/10/2012.
         A prof.ª Drª Maria Cristina Müller, coordenadora do evento, fez a abertura da programação e ao dar as  boas vindas aos participantes, manifestou-se satisfeita por ter a possibilidade de realizar mais um Ciclo Arendt.
          O tema do Ciclo foi Moralidade e Liberdade, apresentado pelos Profs.Drs. Adriano Correia da Universidade Federal de Goiás e Odílio Alves Aguiar da Universidade do Ceará, ambos importantes pesquisadores da obra de Arendt.
O evento teve como objetivos:
·             Discutir questões atuais pertinentes à ética e a política, com base na   
      filosofia dessa autora, sobretudo a questão da liberdade;
·            Proporcionar discussões relativas às ações morais;
·           Oferecer bases filosóficas contemporâneas para análise de questões  
      éticas e políticas;
        O tema da primeira Conferência foi “Ética e Política em Hannah Arendt”, ministrado pelo Prof.º Dr.º Adriano Correia, o qual  apresentou o problema filosófico subjacente ao mini-curso realizado na sequência, isto é,  a questão da capacidade ou não de julgar o certo e o errado e agir guiado por esse julgamento.
      O  mini-curso “Hannah Arendt e o caso Eichmann”, também ministrado pelo Prof.º Dr.º Adriano Correa, trouxe para o debate o caso protagonizado por Adolf Eichmann (Tenente Coronel nazista). Tema bastante polêmico,  por conta das muitas feridas ainda abertas proporcionadas pela 2ª Guerra Mundial, considerando  o extermínio de judeus nos campos de concentração.
     A segunda conferência foi “Necessidade e Liberdade em Hannah Arendt”, ministrada pelo Profº Drº Odílio Alves Aguiar, o qual  discutiu como os conceitos de Liberdade e Necessidade ajudam a pensar a estrutura da reflexão arendtiana.

       O próximo Ciclo já está agendado para  os dias 08, 09 e 10 de Maio de 2013.  Podem agendar !!!
           

Bibliografia recomendada:
·        As Origens do Totalitarismo;
·         A Condição Humana (11ª Edição);
·         Biografia Hannah Arendt  - Por Amor ao Mundo;
·         Eichmann em Jerusalem (1963);

Filmes recomendados (comédias):
·        Trem da Vida;
·        Concorrência Desleal;


Cleuza Beluzo
Ranildo de Lima Ferreira
Participantes do Ciclo Hannan Arendt