segunda-feira, 4 de março de 2013



              CONTRIBUIÇÕES DA ECONOMIA SOLIDÁRIA PARA  UMA SOCIEDADE JUSTA E SUSTENTÁVEL 


               O Professor Luiz Inácio Germani Gaiger da Universidade Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), ministrou na Universidade Estadual de Londrina,  Palestra sobre o tema em 28/02/2013.
                Tendo como berço a Espanha, a proposta da Economia Solidária visa conciliar o aspecto econômico com a cooperação, participação e autonomia. Em suas explanações,  o Professor caracterizou esta modalidade de trabalho como promotora de justiça e sustentabilidade, uma vez que se preocupa com os trabalhadores  e trabalhadoras (distribuição equitativa de renda), com o meio ambiente (ecologia, sustentabilidade) e com o meio social (erradicação da miséria absoluta, da pobreza e reconstituição do vínculo humano entre quem vende e quem compra).  Quando vivemos vínculos utilitaristas, deixamos de construir vínculos humanos.
                  Conforme Singer apud Pitaguari etal (2012, p. 35), "economia solidária pode ser definida como um sistema socioeconômico aberto, amparado nos valores da cooperação e da solidariedade, no intuito de atender às necessidades e desejos materiais e de convivência, mediante mecanismos de democracia participativa e de autogestão, visando à  emancipação e o bem-estar individual, comunitário, social e ambiental."
                 Ao se privilegiar a educação para promover cidadania, chega-se à conclusão de que não adianta promover distribuição de renda através do repasse dos mais ricos para os mais pobres, porque estes últimos continuarão exercendo o poder de consumo, porém na condição ainda de dependência econômica, política e social. 
                  Entre as perguntas dos presentes ao palestrante, fez se referência a um momento no Brasil em que houve  grande ascensão dos empreendimentos solidários, seguida de queda, sendo que o declínio ocorreu  justamente em período de maior oferta de trabalhos formais (registro em carteira). Neste caso, se questiona se a economia solidária seria uma alternativa que estaria figurando num segundo plano no imaginário social? 
  •  Neste quesito, o Professor alegou falta de pesquisas que fundamentem ou não esta hipótese.  Uma das possíveis respostas,  seria a falta de formação/conscientização dos sócios e sócias em relação à proposta da economia solidária que tem seus valores diferentes daqueles cultivados pelo sistema capitalista. Cito na sequência, definição de Korosue e Guimarães (2012, p.19) sobre os modos de produção capitalista e o autogestionário: "No modo de produção capitalista, o trabalhador é expropriado dos meios de produção pelo capitalista, que lhe toma seus meios de trabalho, restando-lhe apenas sua força de trabalho. O trabalhador é obrigado a vender sua força de trabalho ao capitalista, a fim de garantir sua sobrevivência. Sua força de trabalho torna-se mercadoria, trocada pela mercadoria salário. Já na produção autogestionária, a partir do momento em que o trabalhador se associa, deixa de ser assalariado e passa a ser responsável pela administração da organização coletiva de produção, ou seja o processo de trabalho é organizado pelos próprios trabalhadores, não existe o comando por um gerente ou por um dono".
                  Finalizando, destaco que embora esta modalidade de trabalho esteja ganhando expressão, ainda temos muito a caminhar, tendo em vista que, provocados pelo Palestrante, a maioria do público presente demonstrou não possuir conhecimento do que seria economia solidária.
                   Ao final  da Palestra todos os presentes  receberam um exemplar do livro citado a seguir, o qual foi utilizado como referência para o presente texto.
                 
PITAGUARI, S. O, et al., A Sustentabilidade da Economia Solidária: Contribuições Multidisciplinares. Londrina/PR, UEL, 2012.

Cleuza Beluzo
Psicóloga do Trabalho
Coord. da Comissão do Trabalho
C. D.H de Londrina

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