sábado, 12 de março de 2011

8 de março, dia internacional da mulher, dia de reflexão de vida, de trabalho, de mulheres e homens na construção de uma sociedade mais humanizada






No século XIX o trabalho feminino ajudou a na acumulação do capital. Mulheres trabalhavam até 17 horas diariamente, não haviam direitos trabalhistas, licença maternidade, nem cogitado era. Quando uma mulher engravidava imediatamente era demitida. As condições de trabalho eram péssimas, salões abafados sem ventilações, úmidos. Foi contra situações como estas que várias mulheres se revoltaram, paravam a produção, cruzavam os braços. Numa destas manifestações quase 130 mulheres foram queimadas vivas pelos capitalistas. Em 1910 Clara Zetkin , (1857-1933): Personalidade do movimento operário alemão e internacional, uma das fundadoras do Partido Comunista da Alemanha, 26 de agosto de 1910, durante uma conferência internacional de mulheres socialistas realizada na Casa do Povo (Folket Hus), em Copenhague lançou a idéia de criar um Dia Internacional da Mulher em homenagens as operárias mortas no século XIX e com o objetivo que este dia seja de reflexão sobre as condições de vida e trabalho das mulheres . Hoje, dia 12 de março de 2011, mulheres e homens estiveram no calçadão de Londrina numa bonita manifestação. Aposentadas da APP- Sindicato, aposentadas, inativas não, mulheres que lutaram e lutam para que seus direitos sejam respeitados, como a questão dos precatórios, que entra governo e sai governo e não são pagos. Estiveram no calçadão professoras que diaramente nas salas de aula ensinam, e aprendem que ser mulher é ser discriminada, as professoras do Parana, junto com os professores ganham menos 26% que qualquer outra profissional que tenha curso superior e que trabalha em outro setor do Estado que não seja a educação.
O calçadão do município de Londrina estava bonito, com as cores das lutas das mulheres, no Ato da APP- Sindicato, poesias foram declamadas , falas sobre a discriminação do Aborto, da mulher negra no mundo do trabalho, da participação da mulher no mais diferentes espaços de poder.
Um estudo em 2010 apresentou os primeiros resultados da Pesquisa Nacional por Aborto no Brasil (PNA). A pesquisa foi realizada com uma mostra aleatória entre mulheres urbanas com idades entre os 18-39. Os resultados mostraram que até o final de seus anos reprodutivos, uma em cada cinco mulheres realizaram um aborto e que os abortos eram mais freqüentes entre mulheres com idade entre 18 e 29 anos. O uso de medicamentos para induzir o aborto ocorreu em metade das situações, e de internação pós-aborto foi observada entre cerca de metade das mulheres que se submeteram a um aborto, o aborto é a segunda causa de mortalidade feminina no Brasil.
As Mulheres negras , na sua maioria , trabalham na informalidade, fazendo marmitas, servindo como diaristas ou empregadas domésticas. Alcançam uma renda mínima de até R$ 400. A maioria só consegue arrecadar em torno de R$ 100, muitas delas possuem apenas o ensino fundamental incompleto.
O movimento feminista, logo depois do Ato Público da APP-Sindicato, esteve também no calçadão, clamavam estas mulheres que uma sociedade igualitária, justa, socialista não será construída efetivamente , enquanto houver opressão de gênero, enquanto a mulher for responsabilizada unicamente pela organização da casa e o cuidado com filhos e filhas, enquanto for discriminadas nos sindicatos, partidos e nos mais diferentes espaços de poder. Pessoas que passavam no calçadão viam homens e mulheres entregando panfletos, falando da luta feminina, falando da opressão de gênero.
O Movimento de Direitos Humanos no Paraná, fez –se presente, bem como o Centro de Direitos Humanos de Londrina, a luta por igualdade de oportunidades para homens e mulheres, a luta pelo fim da discriminação das mulheres, da descriminalização do aborto, da construção de uma sociedade onde homens e mulheres não sejam vistos como hierarquicamente superiores/as e inferiores/as perpassa pela luta dos direitos humanos.

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