terça-feira, 7 de agosto de 2012

Assembleia Ordinária COPED/PR – 02/07/2012


SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
CONSELHO PERMANENTE DE DIREITOS HUMANOS - COPED

Ao segundo dia do mês de julho de 2012, no Palácio das Araucárias, Rua Jacy Loureiro de Campos s/n – Centro Cívico nesta Capital, às 9 horas da manhã, foi dado início à reunião plenária do Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná. Fizeram-se presentes, conforme convocação prévia, os/as Conselheiros/as Governamentais: Elizabete Subtil de Oliveira (OAB-PR), Cláudio Marques Rolim e Silva (SESP), Isabel Kugler Mendes (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraná), Guilherme Silva Bednarczuk (SEJU), Marcos Bittencourt (Ministério Público-PR). Conselheiros/as da Sociedade Civil: Amauri Ferreira Lopes (ONG-AVIVER), Carlos Henrique Santana (Centro de Estudos Políticos Culturais Chê Guevara de Londrina), Clóvis Pereira (Associação dos Deficientes Visuais de Londrina e Região), Daraci Rosa dos Santos (Conselho Regional de Serviço Social), Eva dos Santos Coelho (Associação União e Consciência Negra de Maringá), Paulo Cezar Pedron (Instituto de Defesa dos Direitos Humanos), Layza Minelly (Grupo Esperança), Márcio da Silveira Marins (Dom da Terra), Maria de Lourdes de Souza (Associação Cultural Negritude e Ação Popular). Convidados/as e Colaboradores/as: Luci Aparecida Rocha Belão (PM-PR), Luis Antonio Rosa (ALEP), Douglas Sabatini Dabul. Justificaram suas ausências: Marcos Nogueira, por estar em reunião fechada com o Corregedor do Estado; Tiago Gagliano Pinto Alberto e José Antonio Peres Gediel, que estavam presentes na banca de avaliação de candidatos à doutorado, na Universidade Federal do Paraná.
Constatando o horário e o quorum, o Assessor Guilherme Silva Bednarczuk, do Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná, declara aberta a sessão ordinária, explicando que o Secretário Executivo José Antônio Peres Gediel está em uma banca de avaliação de doutorado, e que por tal motivo não poderá conduzir a presente reunião. Guilherme passa a palavra para Márcio da Silveira Marins, que desde logo passa ao primeiro ponto de pauta, qual seja, a aprovação da ata da reunião do dia 04/06/2012. Ele questiona os conselheiros e conselheiras se já tiveram a oportunidade de lê-la. Como alguns conselheiros/as não tinham lido, a conselheira Maria de Lourdes (Santa) faz a leitura em voz alta. Feita a apreciação, a conselheira Layza Minelly faz uma correção, dizendo que os grupos LGBT não querem somente manter contato com a Polícia Militar, mas sim efetivamente participar das capacitações/formações de soldados, para que suas abordagens à população LGBT respeitem os direitos humanos. Márcio Marins comenta que gostaria de saber sobre o plano estadual LGBT, que foi comentado na parte da manhã, em que esteve ausente. Sem mais correções, passa-se aos informes, segundo ponto de pauta. Guilherme Bednarczuk informa que, a respeito do pedido de envio de ofícios àqueles conselheiros que estavam contabilizando muitas ausências, foram enviados somente para os/as conselheiros/as governamentais, visto que havia uma dúvida, por parte da Secretaria Executiva do conselho, a respeito de como funcionava o sistema de suplência da sociedade civil. A conselheira Layza Minelly esclarece que os conselheiros/as da sociedade civil são eleitos, e de acordo com a quantidade de votos que recebem, ficam ''classificados'' em uma lista. O conselheiro Carlos Enrique Santana começou a expôr, dizendo que tudo que tem de ser feito deve ser com base no Regimento Interno do Conselho. Inadvertidamente, foi interrompido por outra conselheira antes de concluir sua fala, e pediu para que tal fato constasse em ata. Continuando nos informes, Guilherme Bednarczuk noticia que houve uma reunião, referente ao caso da Ilha do Mel, comunidade da Ponta Oeste, e passa a palavra ao conselheiro Marcos Bittencourt Fowler, membro do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que passa a relatar o seguinte: uma reunião na 1ª Promotoria de Paranaguá foi feita, para se saber quais são as alternativas que a população local tem. Logo em seguida, foram à Secretaria do Patrimônio da União para discutir a situação, na medida em que a Ilha do Mel pertence à União, mas é gerenciada pelo Estado do Paraná. Por solicitação do MP-PR, tal Secretaria de Patrimônio da União vai realizar um levantamento da situação cadastral do registro de cada um dos moradores da ponta oeste, pois, de acordo com a fala dos próprios moradores, somente duas famílias estariam regularizadas. Ele relata também que a Secretaria de Estado da Cultura fez um levantamento, apontando que a comunidade já se encontra no local há mais de 200 anos, o que contradiz a versão do IAP, de que a permanência da comunidade é transitória. Além disso, o COPED terá de se posicionar a respeito do projeto de lei que irá modificar a forma como os moradores irão utilizar o seu espaço. Fica decidido que tal projeto será escaneado e enviado para o e-mail dos conselheiros/as para que possam formar opinião. O conselheiro Amauri Ferreira Lopes comenta que a Ilha se tornou um destino turístico cobiçado por estrangeiros, mas que quem mais sofre com esse fato são os moradores nativos da ilha. A conselheira Isabel Mendes gostaria de parabenizar o trabalho do MP-PR, e deixar registrado que não compareceu à reunião pois não foi avisada. O próximo informe se refere ao caso de racismo na UFPR, a respeito do qual ficou deliberado que o COPED enviaria um ofício à reitoria da universidade, pedindo explicações sobre as providências tomadas. Este conselho já recebeu uma resposta, que basicamente diz: uma reunião de diálogo e mediação entre as partes envolvidas (as estudantes Eliane e Kely e a professora Lígia Regina Klein) foi feita. Durante tal reunião, um pedido de desculpas, por parte da professora, foi feito e logo em seguida aceito, mas com um uma requisição: a de que ações de combate ao racismo fossem implementadas no interior da instituição. Dessa forma, as alunas finalizaram o processo de denúncia contra a professora Lígia Klein, objetivando iniciar um processo coletivo de debate e informação no Setor de Educação, e também na Universidade de forma geral. Seguindo nos informes, o conselheiro Carlos Santana afirma que houve uma reunião convocada pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, na cidade de Londrina, sobre a questão carcerária, mas que não foi convidado. Também traz a informação de que acampados da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) estão passando necessidades, devido à falta de assistência que já tinha sido prometido pelo poder público local. Seguindo, a conselheira Isabel Mendes faz um apelo para que sejam disponibilizadas vagas de estacionamento para aqueles membros do conselho que têm carro, pois diz que há dificuldade de estacionar em outro local que seja perto da sede da Secretaria. Comenta também que recebeu denúncias sobre a atuação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), que supostamente teriam torturado três pessoas, dentro das próprias dependências da instituição. Além desse caso, houve também uma denúncia a respeito da violência com que os agentes se valeram para cumprir um mandado de busca na casa de vereadores. O conselheiro Carlos Santana diz que há que se verificar se houve, primeiramente, um mandado judicial, e posteriormente, abuso no momento do cumprimento de tal mandado. O conselheiro Marcos Bittencourt Fowler salienta a necessidade de que tal denúncia seja reduzida a termo e seja pormenorizada, como condição essencial para que alguma providência por parte da Ouvidoria do Ministério Público, ou da Corregedoria, possa ser tomada. A conselheira Santa informa que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a violência contra mulheres, realizou audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná, no dia 29/06, e que tal audiência foi de grande importância para a conscientização da gravidade do problema, já que o Paraná é o Estado que tem o terceiro maior índice de agressões de gêncero. Como último informe, o conselheiro Márcio Marins avisa que vai se afastar temporariamente do Conselho, pois pretende se dedicar à campanha eleitoral. Ele ressalta que, por lei, não teria essa obrigação, mas em respeito aos outros conselheiros, decidiu se licenciar. Fica decidido então que Márcio da Silveira Marins irá ceder seu lugar a outro conselheiro/a suplente, sem prejuízo de seu direito de voltar a seu posto futuramente. Mudando de assunto, o conselheiro Paulo César Pedron sugere que seja feita uma reunião conjunta com todos os Conselhos de Direitos (tais como: Conselho do Idoso; da Pessoa com Deficiência; da Criança e do Adolescente), como forma de integração de ações adotadas. A conselheira Daraci Rosa dá a sugestão de que tal reunião não seja feita no mesmo dia da reunião do COPED, pois serão pautas distintas e também objetivos diferentes. Na sequência, a conselheira Santa solicita que seja feito, a todos/as os/as integrantes do conselho, um certificado que comprove que são realmente conselheiros/as e que desempenharam as respectivas funções durante o mandato. A proposta é aprovada. O próximo ponto de pauta foi solicitado por Carlos Enrique Santana, e versa a respeito da saúde de servidores públicos estaduais, que, segundo ele, sofrem de doenças mentais. Ele relata que acompanhou um servidor do sistema penitenciário à uma perícia médica, e se surpreendeu pois quem realizava a perícia era um cardiologista, que não dispõe de formação básica na área, dentre outros casos similares. O conselheiro Márcio Marins diz que tal problema seria diretamente enfrentado na reunião de conselhos de direitos, aproveitando-se da integração, como forma de melhor lidar com os problemas que envolvem diversas áreas que são abrangidas pelos conselhos. Guilherme Silva esclarece que, para que a denúncia possa ser encaminhada para os órgãos responsáveis, ela precisa ser reduzida a termo, e enviada para o e-mail do COPED, ao que o conselheiro Carlos se compromete a enviá-la. O conselheiro Paulo Pedron levanta a possibilidade de se fazer uma audiência pública, convocada pelo COPED, sobre tal tema, ocasião em que se reuniriam sindicatos de servidores, conselho estadual de saúde, e demais autoridades que debateriam o assunto. Seguindo a pauta, a respeito da interiorização das reuniões do Conselho, o assessor Guilherme Silva afirma que um memorando já foi enviado para a Diretoria Geral da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, que ficou de avaliar a viabilidade da proposta. O conselheiro Márcio Marins afirma que o orçamento já estava aprovado, e que o calendário também já tinha sido aprovado. Novamente, os conselheiros ressaltam a importância das reuniões interiorizadas: longe da capital, há uma grande distância do poder central, e a presença dos conselheiros poderia mitigar tal fato; o desconhecimento do COPED em grande parte do estado; a grande quantidade de denúncias gestadas no interior; etc. Em relação à falta de conhecimento do Conselho de Direitos Humanos no interior do estado, o conselheiro Clóvis Pereira diz que até mesmo juízes e promotores, pessoas que lidam diariamente com a temática de crimes e ameaças, não têm conhecimento do Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas do Estado (PROVITA) e Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAM), ambos programas importantíssimos. Ele sugere que seja enviado um ofício à todas as comarcas do estado, informando acerca da existência e objetivos do projeto. O próximo ponto de pauta foi sugerido por Carlos Enrique Santana e versa sobre os recentes acontecimentos no país vizinho, o Paraguai. Ele relata que houve um ''golpe disfarçado'', e que isso também pode ocorrer no Brasil. Propõe, então, que o COPED faça uma moção de respeito aos direitos humanos na região paraguaia. O conselheiro Marcos Fowler comenta que o âmbito de atuação do COPED é tão-somente o território do estado do Paraná, e que estaríamos propondo algo para o qual não temos competência. O conselheiro Márcio Marins sugere que seja enviado um ofício para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e para o Ministério das Relações Exteriores, com um posicionamento deste Conselho. A sugestão de Márcio Marins é aceita pelo pleno do conselho. O último ponto de pauta foi incluído a pedido da conselheira Eva dos Santos, que traz uma denúncia. Ela relata que a situação do Centro de Socioeducação (CENSE) de Maringá é complicada pois há uma falta crônica de funcionários, situação esta que se agravou com o suicídio de uma jovem dentro do Centro. A respeito do tema, fica decidido pelo Conselho que um documento que autoriza uma visita oficial em nome do COPED será feito e entregue aos conselheiros residentes na cidade de Maringá, para que possam verificar in loco a situação; além de um ofício para a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, para informações. Também, o conselheiro Carlos Santana salienta que os conselheiros/as devem acompanhar com afinco o andar do inquérito policial sobre o caso, e cobrar as providências cabíveis. Agradecendo a presença de todos os conselheiros e conselheiras, o assessor Guilherme Silva Bednarczuk dá por encerrada a reunião.

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