sexta-feira, 26 de agosto de 2011

CONSELHO DA UEL VOTA SISTEMA DE COTAS






Neste ano de 2011 , após 123 anos da abolição, a população negra luta pela liberdade e cidadania. Depois da África, o Brasil é o país que concentra a maior população negra do mundo e também onde esta população ocupa a mais baixa localização na pirâmide social.
No território brasileiro, tem cor a população que é mais duramente atingida pelo desmonte das políticas sociais e de saúde, pelos sistemas de controle populacional, pelo desemprego crônico, pela fome e a violência do latifúndio, do aparato policial e dos grupos de extermínio. São a maioria dos analfabetos, dos menores salários, nas prisões, nas favelas e nos subempregos e são minoria nas faculdades, entre os empresários, os heróis reconhecidos, os governantes, os bispos, generais, almirantes, brigadeiros e na mídia.
Segundo o IBGE de 1996 a taxa de mortalidade entre crianças negras e pardas no Brasil é dois terços superior à da população branca da mesma idade. No IBGE de 1997, 18% da população brasileira é analfabeta, sendo que entre os negros este percentual sobe para 35,5%, enquanto na população branca é de 15%. No outro extremo, 4,2% dos brancos e apenas 1,4% dos negros haviam alcançado o ensino superior. Em todos os níveis educacionais, a participação do segmento branco é nitidamente superior à do segmento negro. Essa desigualdade reflete-se no acesso ao emprego, aos serviços, aos direitos mínimos de cidadania e na participação efetiva na vida social brasileira.
O número de professores universitários e pesquisadores oriundos desta população, credenciados em instituições de amparo à pesquisa é ínfimo no Brasil.
Então precisamos refletir sobre o cenário social e racial das universidades públicas brasileiras, e apontar caminhos para que nossa juventude negra não continue tendo suas vidas ceifadas pela violência social e racial. As Cotas são um destes caminhos.
Neste dia 26, dia histórico no Brasil, o Conselho Universitário da Universidade Estadual de Londrina deu um passo essencial na construção de uma sociedade mais igualitária, se reunindo para avaliar o Sistema de Cotas da Universidade Estadual de Londrina e com 26 votos dos 41 conselheiros definiu pela continuidade do sistema além do fim da proporcionalidade , ou seja, não depende mais dos números de inscritos nos vestibulares e se referem especificamente as vagas, ou seja , todos os cursos deverão reservar 40% das vagas para estudantes da escola pública, além de que, destas, 20% serão destinadas a estudantes negros(as) de escola pública.

O Centro de Direitos Humanos de Londrina, bem como o Movimento Nacional de Direitos Humanos esteve presente no anfiteatro da universidade, bem como tem acompanhado este debate em termos de Brasil pois entende que Cotas para esta população é um dos elementos que trás visibilidade para a mesma e contribui na formação de um Brasil mais humanizado. Onde o sistema de cotas está, jovens oriundos de escola públicas e negros(as) estão usufruindo de um direito que é de todas as pessoas, o direito a produção do conhecimento científico, e aquisição do mesmo, produzido pela humanidade.

2 comentários:

  1. A UEL esteve entre as oito primeiras universidades brasileiras que implantaram o sistema de cotas étnico-raciais no país, fico satisfeito por ela continuar trilhando um caminho progressista, formado em 2007 seguirei com bastante orgulho desta instituição e dos movimentos sociais e das pessoas que contribuem para a permanência e aperfeiçoamento das politicas afirmativas.
    Josemar Lucas

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  2. Caro humanista Lucas muito me alegra saber que existam pessoas como voce, parabens , porem devemos superar o paradigma de raças(estabelecido) e caminhar em direção aos out-sides ou seja cotas sociais

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