27 de julho de 2011
Ao implodir a Casa de detenção do Carandiru em dezembro de 2002, o governo de São Paulo sinalizava uma intenção de apagar da memória da população aquele lugar, símbolo do tratamento degradante e cruel ao preso
Depois houve outra iniciativa bem recebida pela sociedade: retirar os presos das celas dos distritos policiais.
O local destinado seria os novos CDPs (Centros de Detenção Provisória) da capital.
Em 2009, como membros do Conselho da Comunidade de São Paulo, começamos a visitar essas unidades, dentre elas o CDP I de Pinheiros e o CDP da Vila Independência.
A palavra inferno acha tradução nesses locais. Além da superlotação, não há assistência jurídica, odontológica e médica suficiente. A sensação é de estar adentrando em um campo de concentração.
Cabe ao poder público o dever de adotar medidas urgentes, impedindo que a negligência e a tolerância resultem em um contínuo desperdício de vidas. A omissão faz perpetuar dezenas de Carandirus, com o alerta de que o final só poderá ser trágico.
--MARCOS FUCHS, é advogado e membro do Instituto Pro Bono, da Conectas Direitos Humanos e do Conselho Comunitário
VALÉRIA BALASSONI GARCIA é advogada e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP e do Conselho Comunitário
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