quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Reunião do CDH Londina

O Centro de Direitos Humanos de Londrina convoca todos os coordenadores (as), integrantes das comissões e comunidade em geral, para as próximas reuniões ordinárias:

06 de novembro às 14:00 h

04 de dezembro às 14:00 h

Local: Vila Cultural Casa do Teatro do Oprimido
Rua Benjamim Constant 1337,centro
fones 99922324 ou 99481231

sábado, 23 de outubro de 2010

LEONARDO BOFF





< O grande escritor teólogo e filósofo Leonardo Boff esteve em Londrina no dia 21 de outubro falando para militantes do PT e dos movimentos sociais. O centro de Direitos Humanos esteve presente. Foi uma fala magnífica, onde este teólogo convidou a todas as pessoas que se afirmam cristãs a defender o projeto de governo que tem dado mais vida a população brasileira. Segundo Leonardo Boff , "o Lula custou muito para empurrar o Brasil morro acima, não pode agora vir serra abaixo”
abaixo um artigo de BOFF na Agencia Carta Maior


Por Leonardo Boff*

Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.

Esta história de vida, me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.

Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.

Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.

Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.

Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e nãocontemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.

Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles tem pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.

Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.

O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.

Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.

O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA faz questão de não ver, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.

O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.

Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.

*Teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.

Fonte: Agência Carta Maior

Mensagem do governo institui Defensoria Pública do

Mensagem do governo institui Defensoria Pública do Paraná

Já está na Assembleia Legislativa a mensagem do governador Orlando Pessuti (PMDB) regulamentando a Defensoria Pública do Paraná. O projeto cria a carreira de defensor público no estado e uma estrutura própria para a instituição, que atualmente funciona de forma precária e atende apenas à população da capital. O texto garante autonomia funcional, administrativa e financeira para a Defensoria Pública. O Orçamento deste ano já reservou R$ 28 milhões em 2011 para a instalação da Defensoria Pública.
“Com essa iniciativa, o governador reafirmou seu compromisso com a ampliação do acesso gratuito à justiça aos cidadãos do nosso estado”, afirmou o deputado Tadeu Veneri (PT), um dos signatários da emenda destinando recursos para a regulamentação da Defensoria.
A mensagem, que agora será analisada pelos deputados estaduais, institui também a carreira de defensor público no estado. Serão abertos trezentos cargos que serão preenchidos por concurso público. A principal função da Defensoria Pública é assegurar a defesa jurídica do cidadão sem condições financeiras para contratar um advogado, em processos cíveis e penais.
A mensagem estabelece que a Defensoria terá um percentual do orçamento do Estado, ainda não definido. O texto prevê ainda a criação do Fundo da Defensoria Pública, formado por 20% das receitas arrecadas com o pagamento das custas extrajudiciais. Esses recursos serão destinados ao pagamento das despesas da instituição e dos gastos com pessoal.
Conforme a proposta, será indicado um Defensor Público-Geral do Estado, nomeado pelo governador, a partir de listra tríplice composta pelos defensores mais votados em eleição direta entre os membros da carreira. A instituição também terá um Conselho Superior e um Corregedor Geral. O Conselho Superior está encarregado de auxiliar na organização das defensorias públicas regionais, no interior, e na Região Metropolitana de Curitiba. Também está prevista a criação de núcleos especializados, que darão suporte às atividades dos integrantes da instituição

KENO VIVE

Monumento em memória a Keno Será inaugurado no próximo dia 14 de novembro o Monumento em Memória de Valmir Motta de Oliveira – Keno. Nesta quarta-feira, 22, fez dois anos que ele foi executado por uma milícia armada no Centro Experimental da transnacional Syngenta.
O crime aconteceu no acampamento Terra Livre, em Santa Tereza do Oeste (PR), quando o MST denunciou a realização de experimentos ilegais com sementes de milho transgênico em zona de amortecimento, prática vedada pela Lei de Biossegurança. Em homenagem a memória de Keno, os trabalhadores do MST realizam uma Missa Ecumênica no acampamento 1º de Agosto.
A inauguração do monumento irá encerrar os trabalhados do IV Congresso Brasileiro de Agroecologia e II Congresso Latino-Americano de Agroecologia, que acontecerão em Curitiba de 9 a 13 de Novembro.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

DIREITO À TERRA

Gostaria de expor o que ocorreu no ultimo dia 20/10/2010, à partir das 14:00hs na Sub-sede da OAB Londrina, uma reuinião com as Ouvidorias Agrarias Nacional e Esatadual do INCRA para fazer uma explanação sobre as reintegrações de posse ocorridas em Alvorada do Sul e sobre as condições para possíveis assentamentos de trabalhadores rurais sem terras do Parana, partindo do principio de que poderia ocorrer maiores comfrontos na referida região, foi apresentado pelo Centro de Direitos Humanos de Londrina e acatado pelas entidades participes da atividade, que o INCRA providenciasse um posto avançado em Londrina com extrutura para ações mais rápidas no sentido inclusive de mediar conflitos eminentes, portanto também se faz necessário este posto-avançado por conta de um bom número de assentamentos que já existe na região, outra proposta feita pelo CDh--Londrina é a criação de um centro de formação em agroecologia, também em Londrina ou região metropolitana, além de outras proposta no sentido de evitar confrontos fundiários em nossa região, estiveram presentes nesta reunião as seguintes entidades: Centro de Direitos Humanos de Londrina, Movimento Nacional de direitos Hmanos do Paraná, Conselho Nacional do MNDH, Acampados de Alvorada do sul, Comissão de Direitos Humanos da OAB-Londrina, Adevilon.
                                                                  
                                                                              Carlos Enrique Santana

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Observatório de Mídia da UEL

Conferência dias 21 e 22 de Outubro de 2010 em Londrina lança Observatório de Mídia da UEL O Curso de Jornalismo da UEL (Universidade Estadual de Londrina), em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná, lançará nos dias 21 e 22 de outubro, em Conferência a ser realizada no Núcleo da APP-Sindicato, o Observatório de Mídia. Na abertura deste evento, que ocorrerá às 19h30, estará presente Hamilton Octávio de Souza, editor da Revista Caros Amigos e professor da PUC/São Paulo. Hamilton abordará o tema: Manipulação e Distorção na Imprensa: um olhar de Perseu Abramo.

De acordo com Ayoub Hanna Ayoub, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná e coordenador do Observatório de Mídia da UEL, o objetivo deste projeto é acompanhar a mídia local e nacional para levantar como a informação tem sido tratada, sob um olhar crítico. Esta é uma forma de encaminhar as deliberações das Conferências Estadual e Nacional de Comunicação, visando ampliar a discussão sobre o comportamento e o papel da mída junto à sociedade, explica Ayoub. Na sexta-feira (22/10), haverá a Cerimônia Oficial de lançamento do Observatório de Mídia da UEL, às 8h30, também na APP-Sindicato. Douglas Moreira, coordenador Estadual da Frentex (Frente de Defesa do Direito à Comunicação e Liberdade de Expressão), fará palestra com o tema O Dever de Observar: resoluções pós- Confecom. Em seguida uma mesa redonda debaterá os desafios da Frentex, com a participação de Douglas Moreira,

Denise Matoso, do Conselho Regional de Psicologia e coordenadora da Frentex em Londrina, e Carina Paccola, vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, com mediação de Ayoub Hanna Ayoub. O evento é aberto a jornalistas, sindicalistas e demais interessados em discutir a mídia e as propostas definidas pela Confecom. Mais informações com Ayoub Hanna Ayoub através dos seguintes telefones: (43) 3341-8101 ou 9996-2861.

Carina Paccola (Jornalista MTb 2534) 

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ATENÇÃO À REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO.

A reforma do código florestal brasileiro assim como a proposta do "Limite da propriedade da terra no Brasil",serão responsáveis por grandes debates no mandato do novo congresso nacional brasileiro, inclusive com uma guerra de pesquisas e versões.

Do lado dos "ruralistas", proprietários de grandes extensões de terras, que farão a proposta de mudança do código florestal brasileiro no sentido de diminuir os percentuais de conservação obrigatória (reserva legal) e para querer compensar irão até apresentar propostas de recuperação de áreas com espécies exóticas, alem do que fazem a defesa de manutenção de incentivo fiscais para que mantenham reservas degradando o meio-ambiente, baseado na acumulação de capital e deixando de lado a preservação ambiental do planeta.

Quanto aos ambientalistas são contrários a esta proposta, que anistia aos destruidores das florestas e não concede subsídios oficiais para as áreas protegidas.

Haverá na verdade um intenso bombardeio de informações que a sociedade em si pode ficar perdida pois esse debate será de uma forma muito técnica, por isto se faz necessário que um amplo debate sobre este assunto seja feito, pois este assunto como as demais questões da terra no Brasil é de interesse de toda a sociedade e não só dos grupos envolvidos nas questões da terra e na preservação ambiental.

Carlos Enrique Santana

terça-feira, 12 de outubro de 2010

"Mas é preciso ter raça, é preciso ter força sempre"






Maria, como tantas outras marias trabalha a semana inteira, com um salário insuficiente para gastos com necessidades básicas, tais como luz, telefone, roupas, etc.
Deste mesmo salário uma parte vai no mês de outubro vai para ajudar na compra de materiais que servirão para produzir o BOLO.
Primeiro lá vai a Maria em cada canto,pedindo brinquedos usados, um leite, ovos, enfim, o que vier servirá para fazer nos rostos mais sorrisos, na memória a lembrança do bolo, do doce gosto do bolo. Do bolo da partilha, da alegria, da solidariedade.
Maria recebe outras mulheres em sua casa, estas mulheres no transcorrer da noite irão fazer muitos pães de ló, irão juntar estas formas de bolo, irão bater o gracê e então no dia 12, logo depois do meio dia , a festa.
E as pessoas vão chegando, olhar atento, um sorriso nos lábios e as mãos, benditas mãos, estendidas em busca de um pedaço de bolo e de um copo de refrigerante. Encontram outras mãos e a partilha se faz.
Isto acontece já a 5 anos no jardim Turquino,um bairro composto por empregadas domésticas, assalariados rurais temporários, trabalhadores da construção civil, catadores de papés, etc. Uma população que luta na caminhada da vida e sempre perguntam a Maria:
___"Maria, vai ter bolo este ano."
Maria responde:
"__ Vai, se todos ajudarem vai.."
Enquanto houver marias haverá poesia, enquanto houver marias, haverá força, haverá solidariedade, haverá partilha, haverá sorrisos, haverá esperança em que é possível um dia em que todas as pessoas se juntarão na partilha da VIDA.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um dia gostoso!










Dia 10 de outubro de 2010
Obrigada companheiro Walmor por ceder o espaço de vossa casa.
Foi um domingo de festa
Um dia de conversas amenas
de sentimentos expostos
de camaradagem
Confraternização do Centro de Direitos Humanos de Londrina
Que pena que nem todos(as) os(as) companheiros (as) fizeram-se presentes
Mas os(as) que lá estavam partilharam
A carne, a bebida, o sorriso, a diferença
A vida ...
E a certeza que momentos como estes são necessários para alimentar
a caminhada na luta por direitos humanos em nossa sociedade.

domingo, 10 de outubro de 2010

Blog de luisnassif
O gerenciamento de percepções na campanha anti-Dilma
Enviado por luisnassif, sex, 08/10/2010 - 08:50
Desconstruindo a campanha difamatória contra Dilma Rousseff « SustentaNews

Desconstruindo a campanha difamatória contra Dilma Rousseff

Publicado em 6 outubro 2010 by Renato Guimaraes

Parece que com nestas eleições o Brasil finalmente chegou ao Primeiro Mundo. Não tanto pelo movimento da economia, que causa inveja na imprensa internacional, mas por um aspecto mais lúgubre: o surgimento de um movimento neoconservador (“Neo-Con”, para usar um jargão em moda especialmente nos Estados Unidos) capaz de inflar a “onda verde” da candidata Marina da Silva, arrancar votos preciosos de Dilma Rousseff, forçar tanto a Dilma como o José Serra a renegarem publicamente posições anteriores sobre descriminalização do aborto, levando-os a uma guinada em favor de posições conservadoras, e de alimentar uma impressionante campanha de desinformação e de ódio contra a candidata governista, usando como plataforma as redes sociais, como o Twitter, além de correntes de email.


Todos estes elementos contribuíram, junto com vários outros, como destaca Idelber Avelar em excelente post para o blog O Biscoito Fino e a Massa, para dar um nó nos institutos de pesquisa de opinião e de certa forma trazer para o cenário político brasileiro estratégias de comunicação que estávamos mais acostumados a ver sendo usadas em ambientes mais polarizados nos Estados Unidos e Europa.

Pode até parecer exagero, já que não é a primeira vez que folhetos apócrifos surgem para queimar a imagem de determinados candidatos. A novidade aqui é a aparente organização no método de “enlameamento”, que entrelaça notícias da grande mídia, opiniões de articulistas e “formadores de opinião, folheteria apócrifa, boataria organizada boca-a-boca, comunidades e perfis em redes sociais, vídeos no YouTube e por aí vai.

O maior alvo desta espécie de campanha de desconstrução e reconstrução de imagem parece ser a candidata governista. Em resumo, a imagem que dela se procurou construir teria os seguintes elementos:

1. É uma guerrilheira, com um passado de violência, implicada direta ou indiretamente no assassinato de civis em ações armadas da guerrilha. Até uma foto montada dela sentada em uma mesa com um fuzil ao lado andou circulando por blogs e emails na internet. Reforça esta “suspeita” de um passado violento mal contado o fato de o Superior Tribunal Militar ter proibido o acesso ao processo contra a candidata justamente para evitar seu uso político. A Folha de São Paulo vem tentando, com muito afinco, ter acesso a esta papelada, por enquanto sem sucesso. Também para reforçar esta imagem sempre que se fala deste período da vida da Dilma em geral se usa uma foto da sua ficha na polícia com os olhos esbugalhados, além de um registro de captura falsificado, usado até mesmo pela Folha em uma de suas varias matérias sobre o tema.

2. É uma anti-cristã, provavelmente ateia, defensora do aborto, do casamento de gays e em geral da dissolução dos laços familiares. O Programa Nacional de Diretos Humanos – PNDH-3 é destorcido e usado como prova de que ela apoia medidas que vão contra a indole cristã do povo brasileiro e que, por tabela, estimulam o ódio racial, via sistemas de cotas em universidades. Dilma já foi até chamada de “assassina de criancinhas” e diversos vídeos no YouTube comparam suas declarações em favor do tratamento do aborto como tema de saúde pública com suas falas mais recentes nas quais exprime sua posição pessoal contra o aborto. Esta aparente contradição seria prova de hipocrisia e duas caras, portanto, de que não se pode confiar nela.

3. É uma “pau-mandada”, uma “cobra criada”, uma “criatura” sem personalidade e carisma, engendrada pelo maquiavelismo de Lula como forma de esquentar seu lugar por quatro anos até que este possa se candidatar de novo à presidência. Nesta linha de raciocínio a eleição da Dilma faria parte de um projeto de longo prazo do PT (e de seus “petralhas”) de se perpetuar no poder pelo menos pelos próximos 12 anos (4 da Dilma + 8 do Lula em seguida).

4. É antipática, arrogante, tecnocrata, que costuma berrar e tratar mal as pessoas com quem convive. O William Bonner fez uma pergunta neste sentido na primeira entrevista da candidata ao Jornal Nacional. O sorriso que ela esgrime seria falso como uma nota de três reais, o que apenas demonstra sua falsidade geral. No fundo ela seria uma espécie de produto de pouco conteúdo, mas embalado por técnicas sofisticadas de marketing.

5. Ela é homossexual. Circula por aí até mesmo a história de que uma ex-amante de longa data estaria cobrando indenização pelo tempo em que conviveram.

6. Não está realmente curada do linfoma e o câncer teria reaparecido. Prova disso seria o aparente cansaço e inchaço de seu corpo nos últimos dias da campanha do primeiro turno. Segundo boataria que corre na internet, já prevendo a possibilidade de Dilma não cumprir seu mandato, caso seja eleita, o PT teria um “plano B”, que seria eleger a maior bancada possível no Congresso para fazer frente ao PMDB, que chegaria ao poder via Michel Temer, o candidato a vice. O subtexto, lógico, é que para evitar um segundo “caso Sarney”, o melhor seria eleger de uma vez o Serra.

7. Na verdade, é pura e simplesmente incompetente, especialmente quando comparada a seu oponente do PSDB. Teve sua administração frente à Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul questionada pelo Tribunal de Contas local, segundo reportagem da Folha de São Paulo (depois desmentida pelo próprio TCE). Não foi capaz de escolher bem seus assessores, como demonstra o caso Erenive. Fez o consumidor brasileiro pagar 1 bilhão de reais por falha de cálculo nas contas de luz, também segundo a Folha (sempre a Folha). Até mesmo a falência de uma pequena loja de quinquilharias importadas que tinha em sociedade com parentes foi sub-repticiamente jogada nas suas costas. Ou seja, se não é capaz de gerir seu próprio negocio e foi incompetente nos cargos públicos que ocupou, como pode esperar administrar o pais?

8. Tudo isso culmina com o famoso “a candidata Dilma não tem biografia, não tem história”, como cansa de repetir José Serra e os apoiadores de sua candidatura. De novo o subtexto é algo do tipo: quem é essa mulher para chegar do nada e pretender ser Presidente da República só porque o Lula cismou? O outro subtexto é: “ela vem só para garantir que o PT continue aparelhando a máquina pública e perpetuando a corrupção e a bandalheira que virou endêmica. Precisamos salvar as instituições desta corja!” (essa eu li em uma corrente de email que recebi e infelizmente deletei imediatamente).

9. E para coroar tudo, como pano de fundo geral, a cantilena que já vem de alguns anos contra a principal política social do governo federal, a Bolsa Família, que estaria criando toda uma geração de vagabundos e sanguessugas dependentes da ajuda do Estado, ou seja, dos impostos pagos pelo trabalho árduo dos trabalhadores. Para ser mais preciso, a argumentação em geral que circula pela rede é que os estados do Sul-Sudeste, especialmente São Paulo, estariam subvencionando a boa vida de nordestinos e nortistas, os quais, por sua vez, retribuiriam a moleza votando em massa no Lula. Um email apócrifo já famoso conta a história do zelador que se demitiu para viver com seus parentes a custa do Bolsa-Família e faz um apelo: “REPASSEM URGENTE ANTES DE 2010, AINDA HÁ TEMPO, PARA CORTAR O MAL…”

Gerenciando percepções

Agora, imaginem todos estes elementos simbólicos, baseados ou não em fatos reais, sendo bombardeados por diversos canais e usando fontes variadas e aparentemente desconectadas entre si. Estão aí reunidos vários elementos do que no começo dos anos 2000 se convencionou chamar de “perception management” (ou “Gerência de Percepção”), um conjunto de estratégias e táticas destinadas a mapear as percepções da opinião pública sobre temas, produtos ou personagens específicos e gerar ações de comunicação explícitas ou encobertas para fortalecer ou mudar estas percepções.

O conceito de gerência de percepção surgiu nos meios militares dos Estados Unidos e foi de certa forma codificado no processo que levou à Guerra ao Terror pós-11 de setembro e mais especificamente à saga para convencer a opinião pública americana da necessidade da invasão do Iraque para eliminar os riscos representados pelas armas de destruição de massa.

Uma definição militar dada pelo tenente-coronel americano Craig S. Jones reza o seguinte:

Perception management involves all actions that convey and/or deny selected information and indicators to foreign audiences to influence their emotions, motives and objective reasoning; and to intelligence systems and leaders at all levels to influence official estimates, ultimately resulting in foreign behaviors and official actions favorable to the originator’s objectives. In various ways, perception management combines truth projection, operations security [OPSEC] cover and deception, and psychological operations [PSYOP]. Documento original aqui.

Seu principal ideólogo é John Rendon, dono de uma empresa de comunicação (Rendon Group) e assessor especial de George W. Bush, Jr. A saga de John Rendon no desenho e implantação da estratégia usada por Bush para convencer o mundo da necessidade urgente de se invadir o Iraque está descrita em uma já clássica reportagem publicada em 2005 pela revista Rolling Stone (“The Man Who Sold the War”, leiam aqui). A história de como ele criou uma formidável rede de mentiras e meias-verdades para gerar as condições de apoio público a uma invasão ao Iraque inspirou a trama de fundo do excelente filme “Zona Verde”, estrelado por Matt Damon.

O documento escrito pelo tenente-coronel Craig Jones, mencionado acima, vale uma lida com atenção, especialmente a parte em que ele fala sobre o cenário de “gerência de informação”, o qual incluiria dois elementos-chave: “Desenvolver temas de informação amigáveis” (Develop friendly information themes), incluindo “operações psicológicas” que definam temas que sirvam como assunto, tópico ou linha de persuasão usados para alcançar um objetivo psicológico.

Outro elemento importante é a identificação de “pontos de pressão”, que são fatores importantes ou essenciais que podem ser influenciados para controlar o comportamento. O tenente-coronel dá até um exemplo concreto: a população de uma região necessita desesperadamente de ajuda econômica. Esta ajuda seria o ponto de pressão. A população, portanto, deve saber que qualquer ajuda estará condicionada a que seus líderes políticos apoiem ou não a democracia.

Este caráter bélico pode ser facilmente adaptado a praticamente qualquer esforço de comunicação pública, especialmente no que se refere à criação de uma situação de medo coletivo (“candidato X, se eleito, vai liberar o aborto, drogas, casamento gay e, ainda por cima, tem um vice conhecido por suas práticas satanistas”…).

Claro que não dá para falar de “perception management” e outras técnicas de propaganda e mobilização pública sem mencionar Josef Goebbels, o pai de todos os publicitários. Em um artigo escrito em 1931, ele descreve sua visão primordial da propaganda para o êxito do Partido Nazista:

“No other political movement has understood the art of propaganda as well as the National Socialists. From its beginnings, it has put heart and soul into propaganda. What distinguishes it from all other political parties is the ability to see into the soul of the people and to speak the language of the man in the street. It uses all the means of modern technology. Leaflets, handbills, posters, mass demonstrations, the press, stage, film and radio…”

E se fosse hoje em dia eu acrescentaria: twitter, blogs, redes de emails, YouTube etc. Já que folhetos apócrifos, como no exemplo ao lado, continuam sendo regularmente usados.

Um último exemplo de todo o arcabouço teórico e prático da gerência de percepção é o caso clássico da campanha de contrainformacao criada globalmente para empurrar goela abaixo da opinião pública a dúvida sobre o aquecimento global. Para entender como este sofisticado processo de perception managent aconteceu recomendo a leitura de um relatório produzido em 2008 pela Union of Concerned Scientists, o qual revela em crueza de detalhes as táticas usadas pela multinacional do petróleo e gás Exxon-Mobil para disseminar dúvidas sobre a ciência por trás do aquecimento global. O relatório “Smoke, Mirrors & Hot Air – How ExxonMobil Uses Big Tobacco’s Tactics to Manufacture Uncertainty on Climate Science” pode ser baixado aqui.

Transparência na luta contra a obscuridade
Para deixar bem claro, todas estas ferramentas mencionadas não são boas ou más em si. A comunicação é, em todas as suas vertentes, absolutamente fundamental para a democracia e para o fortalecimento do tecido social.

Mas com toda esta longa digressão quero mostrar que a campanha contra Dilma Roussef não vem do nada e nem é puramente fruto da ação voluntária de eleitores indignados com o que ela representa. Não sejamos ingênuos: sempre há alguém se beneficiando e estimulando estes processos.

Não chego ao ponto de dizer que existe uma “master mind”, uma mente única por trás desta campanha. Mas é possível saber muito bem quem se beneficia dela, basta olhar o contexto em que se dá. Aliás, segundo a revista Carta Capital durante a reunião de cúpula da campanha de José Serra, nesta quarta-feira, “circulou um panfleto incitando os militantes serristas a repassarem na internet emails ligando a candidata petista Dilma Rousseff a perseguição de cristãos, aborto e prostituição.”

E como lidar com isto? Em primeiro lugar, estando atendo e fazendo uma leitura permanente da conjuntura. A percepção que tenho é que a campanha de Dilma sofreu de uma espécie de autismo comunicativo, enfocada em uma estratégia que a deixou alheia ao movimento subterrâneo que estava acontecendo sob seu nariz.

“Dilma Assassina”. Um dos tantos blogs anônimos que pululam pela internet e não escondem suas intenções.

Mas o mais importante, em minha opinião, é que não se deve temer expor e jogar luz em toda esta campanha difamatória. Por isso a iniciativa da campanha da Dilma de abrir uma espécie de “central de boatos” é uma boa iniciativa, boa e efetiva. Imagino que será um espaço na rede, com uma repositório do enorme rol de difamações, boatos, incompreensões que circulam por aí. Espero que traga também respostas simples, objetivas e documentadas para cada um deles.

Ou seja, uma espécie de banco de dados público com o bestialógico da campanha comunicativa anti-dilmista. Uma fonte permanente onde buscar informação atualizada que pode ser usada tanto nos meios virtuais, como para ajudar os militantes e simpatizantes e estruturar argumentos para ser usados publicamente, com famílias, amigos etc.

Tem gente que argumenta que não se deve dar corda e expor demais, porque gente que não saberia dos comentários acabaria tomando conhecimento.

Eu acho o contrário. Este tipo de campanha se alimenta das sombras e do medo e só pode ser combatida com eficiência pelo lado da transparência. Isto nem é novidade. Empresas, por exemplo, desenvolvem estratégias nesta linha. É só pensar na página “Boatos e Mitos”, da Coca-Cola.

Obviamente várias outras medidas podem ser implementas, especialmente um trabalho mais consistente na internet e mídias sociais e ações corpo-a-corpo no mundo real para desfazer preconceitos e esclarecer dúvidas. Ou seja, um trabalho sério de gerência de percepção pelo lado positivo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Confraternização do CDH


Informamos, conforme marcado  na ultima reunião, que no dia 10/10/10 as 10h teremos uma confraternização na casa da Anne, rua Maximinia Pereira de Souza, 103 no Cafezal 3.

Havíamos combinado em fazer um churrasquinho após a reunião do dia 02/10 mas devido ao tempo chuvoso fizemos a reunião e ficou para esta nova data nosso churrasco, com ou sem chuva, pedimos a quem for que confirme sua presença com Anne 91430023

sábado, 2 de outubro de 2010

PADRE CORAJOSO

PADRE CORAJOSO

O Ministério Público de São Paulo ajuizou ação pedindo a retirada dos símbolos religiosas das repartições publicas.

Pois bem, veja o que diz o Frade Demetrius dos Santos Silva.
"Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas…
Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A Cruz deve ser retirada!
Aliás, nunca gostei de ver a Cruz em Tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas e compradas.
Não quero mais ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.
Não quero ver, também, a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.
Não quero ver, muito menos, a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento.
É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças, das misérias e sofrimentos dos pequenos, dos pobres e dos menos favorecidos”.

Frade Demetrius dos Santos Silva * São Paulo/SP

Fonte: FOLHA de SÃO PAULO, de 09/08/2009