sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ATO PUBLICO 23 DE DEZEMBRO DE 2010









PREPARAÇÃO DO ATO
PREPARAÇÃO DO ATO
É final de ano, 23 de dezembro de 2010, nas ruas pessoas passam apressadas.
Apressadas para o quê?
Apressadas para comprar, comprar, comprar ...
Apressadas para a vida?
A vida que muitas vezes é ceifada por uma bala perdida e encontrada no corpo de uma criança. A vida que é ceifada por falta de um medicamento, de um leito em um hospital. A vida que precisa ser vivida em toda a sua intensidade, que precisa ser preservada, que precisa ser respeitada na sua totalidade.
Este é o princípio da militância de direitos humanos, que não medem esforços na defesa intransigente da vida.
Neste dia 23 de dezembro, parte dos(as) membros(as) do COMITÊ PROL DEFENSORIA PUBLICA LONDRINENSE esteve realizando um ATO PÚBLICO NO CALÇADÃO de uma das cidades mais movimentadas do sul do Brasil, Londrina, Paraná.
A chuva chegou por volta das 15:00, ainda era preciso buscar a autorização na Companhia Municipal de Trânsito Urbano(CMTU), lá foi Carlos Enrique Santana, coordenador do Centro de Direitos Humanos de Londrina. Enquanto isto, na Fábrica Teatro do Oprimido, localizávamos extensão, tentávamos encher as bexigas que seriam distribuídas para as crianças, arrumávamos os abaixo-assinados e etc. A chuva não parava de cair.
Toca o telefone, é a Amanda, jovem, guerreira, estudante de Direito da PUC, oriunda de escola pública, militante de Direitos Humanos. Pergunta:
__ Vani, vai ter o Ato Público, mesmo com chuva?
___ Sim, Amanda, com chuva ou sem chuva, estaremos no calçadão. Como será? Não sabemos. Mas, as faixas estão aqui( providenciadas pelo Roger , advogado, grande defensor dos direitos humanos) os panfletos também, as bexigas também. Só faltam mais pessoas.
___ Bem, eu já estou aqui esperando vocês.
Responde este menina tão consciente da luta social, consciência esta que falta para tantas pessoas que estão no movimento sindical, partidário e etc.
Fomos para o calçadão, montamos as faixas, e começamos o trabalho. A folha de Londrina apareceu, queria saber quem fazia parte daquele movimento.
Respondemos:
__ Aqui neste instante tem a Pastoral Carcerária, Centro de Direitos Humanos de Londrina, Movimento Nacional de Direitos Humanos, embora o comitê seja formado por várias outras entidades , ainda não estão por aqui, mesmo algumas delas tendo ajudado financeiramente para que o ato acontecesse, como por exemplo, o Sindicato dos Bancários( pagou os panfletos).
Mas é 23 de dezembro, as pessoas estão festando, estão comprando, estão viajando .
Mas, nós militantes de direitos humanos, estávamos ali, para lembrar a população londrinense, paranaense que a DEFENSORIA PÚBLICA não existe no Estado do Paraná, precisa existir, para isto o projeto de Lei complementar nº 439/2010 que estrutura e cria efetivamente a Defensoria Publica no Paraná precisa passar na íntegra na segunda e terceira votação.
Conversamos com a população, colhemos assinaturas, esclarecemos dúvidas...
Muitas pessoas passavam apressadas e nem queriam saber o que aquele grupo de pessoas estavam fazendo ali com suas faixas, suas músicas de protestos, seus panfletos, etc. Algumas pessoas eram trazidas de volta ao local do ato por suas crianças que queriam as bixiguinhas e aí tinham uma aula de cidadania. A Ronisa e Carlão já vinham colher assinaturas.
Algumas pessoas as serem abordadas diziam:
__ Tenho pressa!
__ Não me interessa!
Há, mas outras paravam, olhavam as faixas , conversavam , iam embora com o informativo e retornavam com amigos(as), parentes, para ouvir a explicação da moça, do moço, para pegar mais um panfleto, achou legal.
Cristina, da Pastoral Carcerária, ficou indignada com algumas respostas que recebia, ela que trabalha no sistema carcerário, que presencia tantas pessoas chorando por falta de acesso a justiça, e conseqüentemente, tantas injustiças no sistema carcerário, ouviu muito a frase, “estou com pressa”, e lembrou que a justiça é lenta, muitas vezes cega e não terá pressa de atender quem precisa dela, principalmente se não tiver recursos financeiros para acessá-la. Mas era com a Cris também que famílias inteiras paravam para ouvir suas explicações sobre defensoria.
E o Ato Público se fez, com a militância dos Direitos Humanos, porque direitos humanos se defende, se conquista, se vive e para isto não tem tempo ruim, não tem chuva, não tem sol, não tem festas, não tem férias, se tem compromisso com a vida, cumprindo o princípio da militância de direitos humanos.
Parabéns amados(as) companheiros(as) dos direitos humanos.
Que venha 2011, que traga força, coragem, e sabedoria para a militância política no enfrentamento das mais diferentes situações que ceifam a vida humana pela violência. A falta da implantação da Defensoria Pública em nosso Estado é uma das situações que contribuem para que a sociedade se torne mais violenta, mais injusta. Que possamos ter sabedoria e coragem para contribuir na luta para que mesma seja implementada em nosso Estado.
Direitos humanos já.

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